Desigualdades de oportunidades e segregação residencial: a metropolização da questão social no Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Caderno CRH

DATA DE PUBLICAÇÃO

2010-08

RESUMO

O presente artigo objetiva analisar a relação entre vulnerabilidade social e as tendências à segmentação e segregação residencial em nossas grandes cidades. Tem-se como pressuposto que, em todas as sociedades capitalistas, existiram diferentes sistemas de gestão dos riscos à reprodução material e à coesão social. Nas metrópoles brasileiras, a vulnerabilidade social decorre da crise de um regime de bem-estar social dual, fundado a partir da combinação das livres forças de mercado e da mobilização das estruturas familiar-comunitárias, particularidades do nosso desenvolvimento capitalista. Escolhemos como indicador de vulnerabilidade social os segmentos da população de 4 a 24 anos, que correspondem a vários ciclos de socialização e de aquisição dos recursos necessários à reprodução e à integração sociais, cuja situação de vulnerabilidade se diferencia de acordo com a importância da família, da escola e (ou) do mercado na reprodução social desse grupo. Os resultados indicam que, independentemente da localização da moradia, se no centro ou na periferia das metrópoles, se nas regiões mais favorecidas ou não, o contexto social do "bairro" onde há pouco capital social na forma de relações estáveis com o mercado de trabalho aumenta os riscos de que essa população esteja em situação de vulnerabilidade. Portanto, é possível pensar num padrão de sociabilidade marcado por um isolamento social com baixo grau de exposição aos ativos que permitem superar essa situação que, ao mesmo tempo, é marcada pela instabilidade da vida social.

ASSUNTO(S)

metrópoles questão social vulnerabilidade social segregação residencial

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