Design universal, acessibilidade e tecnologia assistiva : a formação profissional do terapeuta ocupacional na perspectiva da equidade

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

A atuação do terapeuta ocupacional busca promover a independência e autonomia para a população em geral nos diferentes espaços de convivência pessoal e social, participando da construção das políticas sociais. Dentre as suas estratégias de intervenção, utiliza-se de recursos de acessibilidade e tecnologias em prol da funcionalidade humana. Trata-se de uma profissão que se propõe a contribuir com os princípios da garantia dos direitos para as pessoas sem ou com deficiências, temporárias ou permanentes, do ponto de vista da igualdade de tratamento. A legislação legitima ao terapeuta ocupacional o uso de Tecnologia Assistiva e o treino das Atividades de Vida Diária e Atividades Instrumentais de Vida Diária. Esta pesquisa teve como objetivo analisar a formação dos graduandos em Terapia Ocupacional para atuar com recursos de acessibilidade e tecnologia assistiva. Para isso foram considerados dezessete cursos de graduação do Brasil, sendo nove instituições particulares, quatro instituições federais e quatro estaduais; e 40 graduandos dos últimos anos de formação em Terapia Ocupacional. O procedimento de coleta de dados envolveu análise documental e questionário. De acordo com o método utilizado, em uma primeira etapa foram consideradas a grade curricular e as ementas das disciplinas teóricas e práticas do currículo pleno, relacionadas às técnicas e recursos terapêuticos ocupacionais. Em uma segunda etapa, por intermédio da utilização de questionário, foi registrada a percepção dos graduandos, em relação a seu aprendizado e capacitação na área de acessibilidade e tecnologia assistiva. Os resultados apontaram para uma média geral de 71,96 horas dedicadas ao ensino da tecnologia assistiva, o que representa um percentual de 2,25% da carga horária mínima obrigatória, concentrados nas disciplinas que apresentam de 59 à 89 horas de carga horária total obrigatória. Os resultados da análise documental registraram que os conteúdos estão sendo tratados em disciplinas obrigatórias específicas (82,4%), seguidos pelas disciplinas obrigatórias não específicas nas quais os temas foram englobados no ementário (64,7%). Verificou-se que há disparidade entre os achados desta análise e a percepção dos alunos, que referem que 42,5 % dos conteúdos foi oferecido em disciplinas específicas e dentro de outras disciplinas (as chamadas de Terapia Ocupacional Aplicada). Os resultados identificaram ainda uma falta de sistematização destes conteúdos com as respectivas cargas horárias, e a superficialidade na abordagem dos temas. Dentre os quesitos de capacitação, constatou-se que os alunos se sentem mais preparados para avaliar do que para atuar com recursos tecnológicos, e muito pouco preparados para criar e desenvolver recursos de acessibilidade e tecnologia assistiva. As contribuições desta pesquisa poderão ajudar os cursos a melhor direcionar seus conteúdos e práticas em face do desenvolvimento de recursos de acessibilidade e tecnologias, dentro dos parâmetros inclusivos, aprimorando a formação para a participação no mercado de trabalho.

ASSUNTO(S)

formação profissional política de capacitação terapia ocupacional design universal acessibilidade tecnologia assistiva capacitação profissional equidade educacao especial professional qualification occupational therapy universal design accessibility assistive technology equality

Documentos Relacionados