Desenvolvimento, resiliência e conexões transescalares em regiões rurais : estudo do Vale do Ribeira / Resilience; Connection across scales; Ecosystem services; Ribeira Valley; Territorial development

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

01/03/2011

RESUMO

Garantir o desenvolvimento e a equidade social junto com a continuidade dos serviços ecossistêmicos é parte do desafio da atualidade. É preciso compatibilizar a crescente demanda mundial por alimentos, o crescimento populacional, a expansão da agricultura, a busca do bem estar com a continuidade dos serviços ecossistêmicos. Para tanto, é preciso compreender as relações entre as escalas globais e locais, e suas consequências nos sistemas socioecológicos. Nesse contexto, o entendimento da dinâmica do uso da terra e do desenvolvimento territorial tem sido o enfoque de pesquisas em diferentes áreas acadêmicas. A fim de trazer contribuições a estes temas, essa pesquisa se pautou na teoria da resiliência e no desenvolvimento territorial para compreender o território do Vale do Ribeira. O Vale do Ribeira é uma região rural, bem como um hot spot para a conservação com grande diversidade cultural. No entanto, ainda possui baixo IDH e dificuldades de implementar políticas públicas para o seu desenvolvimento. Como ferramentas de estudo, utilizou-se entrevistas abertas, entrevistas semiestruturadas, turnês guiadas, entrevistas com stakeholders, e oficinas de cenários futuros entre os anos de 2007 e 2010. Inicialmente, foram mapeadas as principais atividade produtivas na região. Estas foram estudadas detalhadamente a fim de avaliar a resiliência destas cadeias e como elas se relacionam com o desenvolvimento territorial. Foram utilizados diagramas para facilitar a compreensão das relações entre a sociedade e os recursos naturais. Os resultados encontrados mostram a importância das conexões transescalares relações entre escalas locais e global - e a ação de tensores em diferentes escalas interferindo na região. Percebe-se que estas interferências resultaram em diferentes estratégias adaptativas, todas baseadas no capital natural, que resultaram no processo de desenvolvimento caracterizando uma paisagem multifuncional. Ao se avaliar a resiliência com múltiplos critérios, percebe-se que a falta de capital social é responsável pela dificuldade de construir a resiliência na região. Esta dificuldade pode ser agravada pelo início da perda de serviços ecossistêmicos de suporte e regulação. Assim, ainda que a região se caracterize como paisagem multifuncional, e consequentemente, com tendência a sustentabilidade, é preciso construir a resiliência nos sistemas socioecológicos. Algumas das atividades produtivas são pouco resilientes, apontando para a necessidade de manejá-las. Entretanto, as políticas públicas ainda não estão focadas nestes pontos falhos. Conclui-se que o fortalecimento do capital social para a ação coletiva e governança é imprescindível, além da conservação do capital natural. Este último, não apenas por estar em risco em algumas atividades, mas por ser a base de todas as atividades produtivas. Assim, há necessidade de construir instituições capazes de lidar com estes os aspectos socioambientais em diferentes escalas. O ideal de desenvolvimento territorial deve contribuir com o aumento do capital social e natural.

ASSUNTO(S)

resiliência socioecológica ecologia humana manejo adaptativo serviços ecossistêmicos vale do ribeira territorialidade humana conexões transescalares serviços ecossistêmicos desenvolvimento territorial ecologia

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