Desenvolvimento neuropsicomotor em crianças e adolescentes com doenças hepáticas: revisão sistemática com meta-análise

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Gastroenterol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2021-06

RESUMO

RESUMO CONTEXTO: A natureza da doença hepática, curso evolutivo e duração das hepatopatias, bem como grau de severidade e incapacidade podem desencadear desfechos múltiplos e com repercussões na aquisição e desenvolvimento neuromotores. OBJETIVO: Revisar sistematicamente e avaliar por meta-análise os efeitos da doença hepática sobre o desenvolvimento neuropsicomotor de crianças e adolescentes com seus fígados nativos e aquelas que realizaram transplante hepático. MÉTODOS: As buscas foram realizadas nas bases de dados PubMed e periódicos Scopus desde as primeiras publicações na década de 1980 até junho de 2019, de estudos observacionais. Um valor de 0,05 foi considerado significativo. A heterogeneidade estatística do efeito do tratamento entre os estudos foi avaliada pelo teste Q de Cochran e o teste de inconsistência I2, no qual valores acima de 25 e 50% foram considerados indicativos de heterogeneidade moderada e alta, respectivamente. As análises foram realizadas com o Review Manager 5.3. RESULTADOS Vinte e cinco estudos preencheram os critérios de elegibilidade, incluindo 909 crianças e adolescentes com doenças hepáticas. As meta-análises mostraram déficits QI total -0,41 (IC 95%: -0,51 até -0,32; N: 9.973), QI verbal -0,38 (IC 95%; -0,57 até -0,18; N: 10.284) e linguagem receptiva -0,85 IC 95%: -1,16 até -0,53; N: 921) nos transplantes hepáticos e as com fígados nativos que apresentaram sintomas precocemente tinham escores de QI total e verbal (85±8,8; 86,3±10,6 respectivamente) menores do que aquelas com manifestações tardias (99,5±13,8; 96,2±9,2). Habilidade motora grossa apresentou-se reduzida -46,29 (IC 95%: -81,55 até -11,03; N: 3.746). CONCLUSÃO: A doença hepática aguda ou crônica pode determinar declínios nas funções cognitivas, motoras e de linguagem. Muito embora, os escores melhorem após transplante hepático, as crianças continuam abaixo da média quando comparadas às crianças sadias.

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