Desenvolvimento e validação de uma escala de atitude sobre substancias ergogenicas : atitude, consumo e imagem corporal na musculação / Development and validation of an attitude scale regarding ergogenics : bodybuilders attitude, consumption and body image

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Este estudo teve por objetivos: i) avaliar as crenças e atitudes de homens que praticam musculação sobre substâncias ergogênicas; ii) desenvolver e validar uma escala de atitude sobre substâncias ergogênicas para homens que praticam musculação; iii) determinar a prevalência do consumo de ergogênicos na referida população; iv) estudar a imagem corporal desses indivíduos e, v) correlacionar a atitude dos citados indivíduos sobre substâncias ergogênicas com a imagem corporal e o consumo de ergogênicos dos mesmos. Participaram do estudo 100 homens praticantes de musculação, com idades entre 18 e 46 anos. Para avaliar o consumo de ergogênicos, os voluntários responderam a um questionário estruturado, auto-aplicado e anônimo. O desenvolvimento dos itens da escala de atitude sobre ergogênicos foi realizado através de entrevista com 25 indivíduos da população estudada. Na sequência, uma amostra de 100 indivíduos expressou seu grau de concordância a cada item através de uma escala estruturada de 7 pontos (1 = discordo muito; 7 = concordo muito). Para validar a escala desenvolvida foram utilizadas as seguintes metodologias: teste-reteste, consistência Interna e validade de construção. Os construtos de natureza similar aplicados foram: ¿Escala da Catexe Corporal¿, dismorfia muscular diagnosticada através de índices de proporcionalidade antropométrica (B/P), e questionário de dependência de exercício. Adicionalmente o consumo de ergogênicos foi também correlacionado com a atitude dos indivíduos. Os dados foram avaliados através de coeficiente de correlação de Pearson (r), a-Cronbach, ANOVA, Tukey, Wilcoxon ranksum test e Análise de Componentes Principais (ACP). A análise dos dados revelou que 68% dos entrevistados consumiam ergogênicos. Os consumidores tinham em média 27 anos, eram solteiros (82%), sem filhos (88%), possuíam curso superior (62%), e trabalhavam (78%). O consumo médio de ergogênicos foi igual a 3 ergogênicos/indivíduo e a maioria (62%) consumia os ergogênicos diariamente. Os ergogênicos mais consumidos eram os suplementos de proteína (65%), os carboidratos (50%) e os suplementos de aminoácidos (43%). Faziam uso de anabolizantes e estimulantes proibidos no Brasil 10% e 9% dos indivíduos, respectivamente. Os principais motivos para o uso dessas substâncias foram: ¿aumentar a massa muscular¿ e ¿garantir a performance esportiva¿. Apenas 3 % dos indivíduos recebiam orientação médica e 12%, de nutricionista. Uma escala de atitude sobre ergogênicos contendo 22 itens foi desenvolvida e validada. O coeficiente de Cronbach do questionário foi igual a 0,80, garantindo a confiabilidade interna do instrumento. Da mesma forma, o teste-reteste (1 mês) revelou alto grau de correlação entre as duas aplicações do questionário (r = 0,756; p<0,0001), indicando boa reprodutibilidade da escala. Alto grau de correlação foi encontrado entre: consumo de ergogênicos vs. atitude sobre ergogênicos (r = 0,515; p = 0,0007); índices de proporcionalidade antropométrica (B/P) vs. os escores da escala de atitude (r= 0,515; p=0,0007) e índices de proporcionalidade antropométrica (B/P) vs. consumo de ergogênicos (r = 0,690; p<0,0001), garantindo validade de construção à escala desenvolvida. Entre as crenças que melhor segmentaram os grupos destacaram-se: ¿praticantes de musculação devem usar suplementos proteicos¿ (p=0,002); ¿tomando suplementos proteicos consigo acelerar meus resultados na musculação¿ (p=0,014). A ACP dos dados gerados através da escala revelou 7 componentes com autovalores maiores que 1, explicando 59% da variância entre os escores gerados pelos indivíduos. Tanto os consumidores (95%) como os não consumidores de ergogênicos (100%) apresentaram alto grau de satisfação corporal, consequentemente, baixa correlação (r= - 0,284 p= 0,076) foi verificada entre catexe corporal e atitude com relação aos ergogênicos. Alta proporção (80%) dos praticantes de musculação consumidores de ergogênicos foi classificada com suspeita de apresentar dismorfia muscular. Finalmente, dependência de exercício foi detectada tanto entre os consumidores (30%), como entre os não consumidores de ergogênicos (15%). As informações e instrumento desenvolvido nesta pesquisa fornecem subsídios para o planejamento de programas educacionais sobre substâncias ergogênicas a serem implantados em escolas do Brasil

ASSUNTO(S)

ergogenicos - consumo imagem corporal bodybuilders escala de atitudes attitude musculação body image scale ergogenicos ergogenics atitude (psicologia)

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