Desenvolvimento e governamentalidade (neo)liberal : da administração à gestão educacional
AUTOR(ES)
Viviane Klaus
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011
RESUMO
A presente Tese, a partir das lentes teórico-metodológicas dos Estudos Foucaultianos, empreende uma análise genealógica sobre a Administração Educacional no Brasil, problematizando algumas das condições que a tornaram possível. Procura compreender como se deu a mudança de ênfase de uma concepção da administração educacional para a gestão educacional e o que tal mudança implica. Parte do contexto da década de 1990 ¿ em que a centralidade da gestão educacional é evidente ¿, tendo como motes principais um documento produzido pela CEPAL e pela UNESCO e um documento produzido pelo Ministério da Educação Brasileiro segundo o acordo MEC/UNESCO. A partir do desenho de alguns contornos do contexto da década de 1990, a pesquisa traz um primeiro recuo histórico no sentido de compreender a constituição da CEPAL e da UNESCO e a sua inserção no contexto educacional brasileiro. Trata da importância da invenção do Terceiro Mundo e das decorrentes discussões sobre desenvolvimento e subdesenvolvimento, bem como a necessidade de administração pública e de administração da educação no contexto político, econômico e social do período pós Segunda Guerra Mundial. A noção de desenvolvimento aparece como uma das condições de possibilidade da emergência da administração educacional ao partir do pressuposto de que a administração coloca em funcionamento um conjunto de práticas que são utilizadas estrategicamente no governamento da população porque possibilitam maior planejamento, planificação e modernização. O estudo mostra como a administração científica, tanto no âmbito da produção quanto no âmbito das relações pessoais, se tornou um modo de vida e uma necessidade de ordem pública no contexto econômico, político e social do pós-guerra. Afirma que a Teoria do Capital Humano, aliada a outras mudanças sociais, econômicas e políticas, provoca uma série de descontinuidades nas formas de governamento da população nas décadas de 1970, 1980 e especialmente 1990. Por fim, o estudo aborda a importância das lutas por menos Estado e a importância da repulsa à rotina, à burocracia e à lógica da pirâmide para a mudança de ênfase da administração educacional para a gestão educacional, bem como para o funcionamento da governamentalidade neoliberal. Ao dar ênfase às discussões acima colocadas, a Tese sustenta que, na atualidade, a Teoria do Capital Humano e o empreendedorismo se tornaram valores sociais.
ASSUNTO(S)
políticas públicas development educational administration and management gestão da educação administração da educação public policies empreendedorismo human capital entrepreneurship neoliberalismo desenvolvimento
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/10183/32163Documentos Relacionados
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