Desenvolvimento de juvenis recentes de lagosta espinhosa Panulirus argus (Latreille, 1804) (Crustacea, Decapoda, Palinuridae) submetidos a diferentes temperaturas em condiÃÃes de laboratÃrio / Recent Development of juvenile spiny lobster Panulirus argus (Latreille, 1804) (Crustacea, Decapoda, Palinuridae) under different temperatures under laboratory conditions

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

16/12/2006

RESUMO

Devido a grande importÃncia econÃmica da lagosta espinhosa para a RegiÃo Nordeste, principalmente para o Estado do Cearà e tambÃm pela sobrexplotaÃÃo em que esse crustÃceo encontra-se atualmente, o Centro de Tecnologia em AqÃicultura do Departamento de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do CearÃ, vÃm realizando pesquisas com o intuito de contribuir para o estabelecimento de uma metodologia bÃsica de cultivo para lagosta em laboratÃrio. Dessa forma, o objetivo da presente pesquisa foi verificar a influÃncia de cinco diferentes temperaturas no desenvolvimento de juvenis recentes da lagosta espinhosa Panulirus argus em laboratÃrio, sendo estas delineadas da seguinte forma: 24, 26, 28, 30 e 32 ÂC, resultando em cinco tratamentos com quatro repetiÃÃes, totalizando 20 indivÃduos, sendo dado um carÃter inteiramente casualizado ao experimento. Os juvenis foram coletados em marÃs baixas de sizÃgia (- 0,1 e 0,0 m) atravÃs de mergulho e puÃà plÃstico nas imediaÃÃes da Ponte dos Ingleses, Praia de Iracema, Fortaleza, CearÃ, Brasil, onde apresentaram inicialmente peso mÃdio, comprimento mÃdio do cefalotÃrax e comprimento mÃdio total de 2,680 g; 13,8 mm e 40,4 mm, respectivamente. O desenvolvimento dos indivÃduos foi determinado atravÃs de anÃlises e observaÃÃes dos parÃmetros de crescimento em peso e comprimento, nÃmero de mudas, perÃodo de intermudas e taxa de sobrevivÃncia. O procedimento experimental foi realizado em cinco caixas de polietileno medindo 37 x 55,5 cm, com capacidade para 30 L de Ãgua, cada. Foram colocados filtros biolÃgicos e aeraÃÃo artificial para melhorar a qualidade e a taxa de oxigÃnio dissolvido da Ãgua, ambos acoplados a compressores de ar para aquÃrios. O experimento teve duraÃÃo de 180 dias, sendo realizadas biometrias mensais, observando-se o crescimento e o ganho em peso, bem como, o comportamento dos indivÃduos. A alimentaÃÃo foi composta pelo molusco Tegula sp. e nÃuplios recÃm eclodidos de Artemia franciscana na proporÃÃo de 2 nÃuplios/ml, ofertada uma vez ao dia atà a saciedade dos juvenis. A temperatura da Ãgua foi mantida constante atravÃs de aquecedores termostatos, e, os valores de pH e salinidade controlados sempre que necessÃrio com trocas parciais de Ãgua. Ao final do experimento, obteve-se os seguintes percentuais de sobrevivÃncia: 75%, 100%, 100% e 75% para os tratamentos 24, 26, 28 e 30 ÂC, respectivamente, sendo que os indivÃduos pertencentes ao tratamento 32 ÂC morreram antes de completar um mÃs de cultivo. Os valores mÃdios de pH e salinidade para os tratamentos 24, 26, 28 e 30ÂC, foram: 7,86  0,31; 7,56  0,3; 7,91  0,31; 7,67  0,31 e 38,6  1,3â; 38,6 1,1â; 38,8  0,9â; 38,8  1â, respectivamente, permanecendo dentro da faixa de normalidade segundo o Teste de Kolmogorov-Smirnov e iguais estatisticamente atravÃs do Teste t-Student ( = 0,05). Os dados biomÃtricos finais para os tratamentos 24, 26, 28 e 30 ÂC, foram: 5,104 g, 24,3 mm e 52,1 mm; 8,345 g, 29,8 mm e 63,6 mm; 9,129 g, 32,7 mm e 69,9 mm; 5,971 g, 23,2 mm e 52,8 mm para o peso, comprimento do cefalotÃrax e comprimento total, respectivamente. Foi observado ainda, um total de 39 mudas no experimento, sendo oito para o tratamento 24 ÂC, dez para o tratamento 26 ÂC, treze para o tratamento 28 ÂC e oito para o tratamento 30 ÂC. Os procedimentos estatÃsticos mostraram que houve diferenÃa estatÃstica significativa entre os tratamentos ao final do experimento, comprovado atravÃs da ANOVA e do Teste de Tukey (P <0,05), sendo analisadas as mÃdias de peso e dos comprimentos, bem como, os percentuais dos incrementos em crescimento e perÃodo de intermudas dos indivÃduos. A taxa de sobrevivÃncia final nÃo apresentou diferenÃa estatÃstica significativa atravÃs do Teste do Qui-Quadrado (P >0,05). Analisando os dados separadamente, podemos concluir que o tratamento 28 ÂC representou a melhor temperatura em relaÃÃo ao desenvolvimento de juvenis recentes de P. argus em ambiente controlado, quando comparado Ãs temperaturas 24, 26, 30 e 32 ÂC sob as mesmas condiÃÃes. Existe um consenso por parte da comunidade cientÃfica e de empresÃrios vinculados ao setor lagosteiro que sÃo necessÃrios mais estudos sobre o cultivo de lagostas, cujo objetivo maior à implantar um projeto piloto sustentÃvel no ambiente marinho, visando gerar emprego e renda para as comunidades locais e tambÃm aumentar a oferta desse recurso no mercado, pois sua pesca jà se encontra com fortes declÃnios de produÃÃo

ASSUNTO(S)

temperatura cultivation lobsters engenharia de pesca cultivo lagostas panulirus argus laboratÃrio panulirus argus laboratory temperature lagosta - criaÃÃo

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