Desempenho e parâmetros nutricionais de bovinos de corte alimentados com dietas contendo diferentes níveis de proteína bruta / Production and nutritional parameters of beef cattle diets fed with different crude protein levels

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

O estudo envolveu dois experimentos realizados na Central de Experimentação, Pesquisa e Extensão do Triângulo Mineiro- CEPET, da Universidade Federal de Viçosa, no período de abril a agosto de 2003. No primeiro experimento avaliou-se os consumos, as digestibilidades aparentes totais e parciais dos nutrientes, o pH e a concentração de amônia ruminal, o balanço de compostos nitrogenados, a produção de proteína microbiana e a eficiência microbiana em novilhos mestiços Holandês x Zebu, alimentados com dietas contendo quatro níveis de proteína bruta (PB). Foram utilizados quatro animais mestiços Holandês x Zebu, castrados, com peso corporal inicial (PVI) médio de 343,5 kg, fistulados no rúmen e no abomaso, distribuídos em um quadrado latino 4x4. As dietas foram constituídas de 60% de silagem de milho e 40% de concentrado, com base na matéria seca. Os tratamentos foram constituídos de dietas com níveis crescentes de proteína bruta (9; 11; 13 e 15% de PB na MS total). Cada um dos quatro períodos experimentais teve a duração de 18 dias, sendo 10 dias para adaptação às dietas e oito dias para coletas. O pH ruminal e o N-amoniacal foram mensurados imediatamente antes e 2, 4 e 6 horas após a alimentação. Para determinação da excreção fecal foi utilizado o óxido crômico como indicador. Para determinação da produção de proteína microbiana, utilizou-se como indicador os derivados de purinas presentes na urina. Os consumos de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), fibra em detergente neutro (FDN) e de nutrientes digestíveis totais (NDT), independentemente da forma de expressão, não foram influenciados pelos níveis de PB das dietas. Houve aumento linear (P<0,05) dos consumos de PB e de extrato etéreo (EE), expressos em kg/dia, com o aumento dos níveis de PB nas dietas. Por outro lado, o consumo de carboidratos não fibrosos (CNF), decresceu linearmente (P<0,05) com a elevação dos níveis de PB nas dietas. As digestibilidades aparentes totais de MS, MO, EE, FDN e CNF e não foram influenciados (P>0,05) pelos níveis de PB das dietas. O coeficiente de digestibilidade aparente total da PB aumentou linearmente com a elevação dos níveis de PB nas dietas. Não foi observado efeito de dietas (P>0,05) sobre os coeficientes de digestibilidade aparente ruminal e intestinal dos nutrientes, exceto para a FDN que aumentou linearmente (P<0,05). A concentração de amônia ruminal (mg/dL de N-NH3 ) e o pH foram influenciados (P<0,05) pelos tempos de coleta e pelos níveis de PB das dietas, com valores mínimo e máximos para amônia de 11,01 e 19,96, nos tempos 1,74 e,5,8 horas após a alimentação, respectivamente, enquanto o pH variou de 5,72 a 6,56. A taxa de passagem estimada (kp) não foi influenciada (P>0,05) pelos níveis de PB, apresentando valor médio de 0,044 0,02/h. O fluxo de compostos nitrogenados (N) e o balanço de nitrogênio não foram influenciados (P>0,05) pelos níveis de PB das dietas, apresentando os seguintes valores médios de 147,92; 55,66; 22,65 e 69,59 g/dia para N ingerido, N excretado nas fezes, N excretado na urina e para o balanço de nitrogênio, respectivamente. A síntese de compostos nitrogenados microbianos (g/dia) e a eficiência microbiana (g PBmic/kg NDT) não foram influenciadas (P>0,05) pelos níveis de PB, apresentando valores médios de 93,38 e de 99,41 g, respectivamente. Num segundo ensaio, avaliou-se os consumos, as digestibilidades aparentes dos nutrientes, o ganho em peso, a conversão alimentar e o rendimento de carcaça de novilhos Zebuínos, alimentados com dietas com diferentes níveis de PB. Foram utilizados 24 animais, de peso corporal inicial médio de 381,6 kg, distribuídos em um delineamento em blocos casualizados, com quatro tratamentos e seis repetições. Os tratamentos foram constituídos pelas mesmas dietas e relação volumoso:concentrado, descritas no experimento 1. O período experimental foi de 84 dias, dividido em três períodos de 28 dias, após 15 dias de adaptação. Os consumos diários de MS (kg/dia e % do PV) e de MO (kg/dia) não foram influenciados (P>0,05) pelos níveis de PB das dietas, apresentando valores médios de 9,18 kg/dia e de 2,1% do peso corporal para a MS, e de 8,89 kg/dia para o consumo de MO. Os consumos de PB e de EE (kg/dia) aumentaram linearmente (P<0,05) com a elevação dos teores de PB das dietas. Os consumos de CNF e de FDN, este, independentemente de sua forma de expressão (kg/dia ou % PV), não foram influenciados (P>0,05) pelas dietas. As digestibilidades aparentes totais de MS, MO, EE e FDN não foram influenciadas (P>0,05) pelos níveis de PB das dietas, apresentando médias de 70,61; 71,60; 72,06 e 43,65%, respectivamente. Os coeficientes de digestibilidade aparente total da PB aumentaram linearmente (P<0,05) com o aumento dos níveis de PB das dietas. A taxa de passagem (Kp) estimada não foi influenciada (P>0,05) pelos níveis de PB das dietas, resultando em valor médio de 0,0460 0,001/h. Os ganhos médios diários (GMD) e a conversão alimentar (CA) apresentaram resposta quadrática aos níveis crescentes de PB, que, entretanto, não influenciou (P>0,05) o rendimento de carcaça (RC). Pode-se recomendar para novilhos de corte em fase de acabamento (peso corporal médio inicial de 382 kg), dietas com 12% de PB por proporcionar maior ganho em peso.

ASSUNTO(S)

fdn urea silage milho fda uréia corn non-fibrous carbohydrates purina confinamento avaliacao, producao e conservacao de forragens silagem beef cattle taxa de passagem purine carboidratos não-fibrosos bovino de corte

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