Desempenho diagnóstico do teste de Schiller no Programa de Prevenção e Detecção Precoce do Câncer de Colo Uterino em São José - SC

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Objetivo: Estudar a validade diagnóstica (sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo) do Teste de Schiller durante a coleta da Colpocitologia Oncótica em relação ao Anátomo-patológico (padrão ouro) no serviço de Referência Municipal em Colposcopia e Patologias do Trato Genital Inferior de São José -SC no período de 2002 a 2004. Metodologia: Trata-se de um estudo de validação diagnóstica da Colpocitologia Oncótica (CO) e do Teste de Schiller (TS) quando empregados separadamente e em paralelo, com relação ao exame Anátomo-patológico (AP) do colo uterino, considerado o padrão ouro de comparação. O estudo teve um delineamento transversal, analítico com dados secundários cuja amostra foi composta por 538 prontuários das mulheres que foram examinadas nesse serviço de referência. Foi utilizada estatística descritiva, através do Teste do Qui-quadrado de Pearson, considerando-se os intervalos de confiança de 95% e o valor "p"<0,05. Resultados: Ao se considerar a CO como positiva apenas as alterações de alto grau e negativa as demais alterações (critério restrito), a sensibilidade foi muito baixa (16,0%) e a especificidade perfeita (100,0%), gerando uma enorme taxa de falsos negativos (84,1%) e ausência de falsos positivos (0,0%). Mas ao se considerar os resultados positivos da CO como sendo todas as alterações (critério amplo), excluindo câncer invasivo, verificou-se que sensibilidade aumentou para 71,3% acarretando uma diminuição da taxa de falsos negativos para 28,7%. A especificidade caiu para 84,6% propiciando um aumento da taxa de falsos positivos para15,4%. O Teste de Schiller apresentou-se como sendo muito sensível (87,2%) e pouco específico (13,3%), com baixa taxa de falsos negativos (12,8%) e elevada taxa de falsos positivos (86,7%). Ao se associar a CO (de acordo com o critério amplo) com o Teste de Schiller, a sensibilidade subiu de 71,3% para 96,8% ocorrendo uma queda da taxa de falsos negativos que passou de 28,7% para apenas 3,2%. Entretanto, a especificidade diminui acentuadamente, caindo de 84,6% para 8,1%, ocasionando um aumento significativo da taxa de falsos positivos de 76,4. Conclusões: A aplicação do TS mediante a coleta da CO para rastreamento das lesões precursoras do câncer do colo uterino, nessa população clinica estudada, apresentou-se como sendo um método com validade limitada. A aplicação de forma paralela de ambos os testes apresentou-se como sendo muito sensível, propiciando uma diminuição acentuada dos falsos negativos. Entretanto, houve uma perda acentuada da especificidade gerando assim, um excesso de falsos positivos. Talvez, essa associação (CO e TS) possa ser útil como método de rastreamento da população geral e de baixo risco, necessitando-se de mais estudos para melhor avaliar sua validade.

ASSUNTO(S)

saude publica coloscopia - são josé (sc) colo uterino - câncer - prevenção

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