Desempenho de estudantes universitários em testes matutinos e vespertinos para avaliação da memória episódica e operacional / Performance of undergraduate students in morning and evening tests for assessment of episodic and working memory

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Este estudo investigou se o desempenho de estudantes universitários, em testes de memória episódica e operacional, varia em função do horário e do intervalo de tempo em que são realizados os testes de evocação. Na Fase 1, o Questionário Cronotipo foi utilizado para classificar o tipo cronobiológico. Dos 396 alunos avaliados, 59% foram classificados como intermediários, 35% como vespertinos e 6% como matutinos. Na Fase 2, foi avaliada uma amostra de 43 alunos, de ambos os sexos, classificados como intermediários, com 20,12 ± 2,18 anos de idade, falantes nativos de Português, sem histórico de distúrbios do sono ou uso de drogas psicoativas. Foram constituídos quatro grupos de acordo com os horários das sessões de treino/teste imediato e teste tardio: GMN – treino pela manhã e teste à noite, após 12horas; GMM – treino pela manhã e teste pela manhã, após 24 horas; GNM – treino à noite e teste pela manhã, após 12 horas; GNN – treino à noite e teste à noite, após 24 horas. Para avaliação da memória episódica e operacional foram utilizados: Teste de Aprendizagem Auditivo Verbal de Rey (TAAVR), Teste de Memória Lógica (TML), Teste de Extensão de Dígitos e Teste dos Blocos de Corsi. O Diário de Sono foi usado para avaliar o ciclo vigília-sono e o uso de termistor e de actímetro permitiu avaliar os ritmos de temperatura de punho e atividade motora. Questionários específicos foram utilizados para avaliação da percepção de estresse, ansiedade e estado de humor. Os dados do TAAVR e TML em três diferentes momentos de avaliação (imediato, após 30 minutos e tardio - após 12 ou 24horas) não indicaram efeito do horário ou do intervalo entre os testes de evocação (ANOVA; p >0,05); no entanto, foi observada uma redução significativa dos escores ao longo dos momentos de avaliação (ANOVA; p <0,05). Os escores médios obtidos no teste 30 minutos e no teste tardio do TAAVR correlacionaram-se positivamente com a média de duração do sono global (Teste de Spearman, p <0,05). A média de duração do sono anterior à sessão de teste imediato apresentou correlação positiva com o escore médio do teste tardio do TML (Teste de Spearman, p <0,05). Não houve efeito de horário ou de sessão sobre os índices do Teste de Extensão de Dígitos, Teste dos Blocos de Corsi e fatores de avaliação do humor (ANOVA; p >0,05). Os grupos não diferiram quanto ao índice de estresse percebido e características de traço e estado de ansiedade (ANOVA, p >0,05). O ritmo da temperatura de punho e o ritmo da atividade motora apresentaram relações de fase adequadas para a maioria dos sujeitos avaliados. A distribuição dos cronotipos na população avaliada concorda com os dados descritos para a população brasileira. Os dados indicaram a ausência de efeito do horário sobre o desempenho de indivíduos com cronotipo intermediário e sugerem uma relação entre a duração do sono e a memória episódica verbal. Estas evidências contribuem para o conhecimento sobre a variação do desempenho cognitivo durante a fase de vigília

ASSUNTO(S)

aprendizagem - aspectos fisiológicos memória cronotipo sono hora do dia learning memory chronotype sleep time-of-day

Documentos Relacionados