Desempenho cognitivo de idosos atendidos pelo programa Estratégia da Saúde da Família (ESF)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

02/08/2012

RESUMO

Introdução: É esperado que o processo de envelhecimento normal seja acompanhado pelo declínio natural de habilidades tanto cognitivas, quanto físicas, contudo, não suficientes para causarem prejuízos na vida cotidiana e nem comprometerem a funcionalidade do indivíduo. Objetivos: O presente estudo deu origem a dois artigos, cada um com a sua proposta. O artigo 1 teve como objetivo geral avaliar o desempenho cognitivo de idosos do município de Porto Alegre, analisando as habilidades cognitivas relacionadas com as funções executivas de fluência verbal, linguagem e a memória episódica verbal (evocação imediata, tardia e reconhecimento). Além disso, foram analisadas as possíveis influências das variáveis sociodemográficas nos resultados. O artigo 2 teve como objetivo estimar a prevalência de sintomas depressivos na amostra estudada e analisar a associação entre sintomas depressivos na velhice e funcionamento cognitivo. Para tanto, foram feitas comparações entre o desempenho cognitivo de idosos com e sem sintomas depressivos. Métodos: Os dois estudos tiveram delineamento quantitativo transversal, com a participação total de 306 idosos, com idade entre 60 e 79 anos. A coleta de dados foi realizada no Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS. Todos os participantes preencheram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, a Ficha de Dados Sociodemográficos, o Mini-Exame do Estado Mental, a Lista de Palavras da Bateria Cognitiva CERAD, o Teste de Memória Lógica de Weschler, o Teste de Nomeação de Boston, o Teste de Fluência Verbal fonêmica, o Teste de Fluência Verbal Categoria Animais e a Escala de Depressão Geriátrica versão reduzida. Resultados: O artigo 1 mostrou que os idosos mais jovens (60 a 69 anos) apresentaram melhor desempenho nas tarefas que avaliavam memória episódica verbal (evocação imediata, tardia e reconhecimento), fluência verbal (fonêmica) e linguagem (nomeação) em comparação ao idosos mais velhos (70 a 79 anos). O artigo 2 apontou uma prevalência de sintomas depressivos de 29,41% entre os idosos avaliados. Os resultados mostraram associação entre a presença de sintomas depressivos e o desempenho em tarefas cognitivas. Entretanto, observou-se que a gravidade dos sintomas depressivos não alterou o desempenho cognitivo dos idosos, mas sim a presença de sintomatologia. Conclusões: O estudo mostrou que os idosos com menos idade (60 a 69 anos) tiveram melhor desempenho nas tarefas de memória episódica verbal (evocação imediata, tardia e reconhecimento), linguagem e funções executivas de fluência verbal fonêmica. Observou-se também que a presença de sintomas depressivos levou a um pior desempenho nas tarefas de memória episódica verbal (evocação recente e tardia) e funções executivas de fluência verbal fonêmica. Além disso, observou que a intensidade de sintomas depressivos não afetou de maneira significativa o desempenho cognitivo dos idosos, mas sim a presença de sintomatologia depressiva. Assim, pode-se concluir que, tanto a idade como a presença de sintomatologia depressiva em idosos podem contribuir para um pior desempenho cognitivo

ASSUNTO(S)

psicologia clÍnica psicologia cognitiva idosos depressÃo memÓria funÇÃo executiva psicologia

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