Depressão seria um fator de risco para mortalidade entre pacientes em hemodiálise crônica?

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Psiquiatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-06

RESUMO

OBJETIVO: Avaliar a associação entre depressão e óbito nos pacientes em hemodiálise crônica. MÉTODO: Uma coorte de 40 pacientes foi acompanhada por um período mediano de 10,5 meses. A escala Beck Depression Inventory foi utilizada para classificar os pacientes como expostos à depressão (Beck Depression Inventory score > 14) ou não expostos (Beck Depression Inventory < 14). Curvas de sobrevida, segundo o método de Kaplan-Meier, foram utilizadas para comparar a taxa de mortalidade entre os dois grupos. Os potenciais fatores de confusão foram ajustados por meio do modelo de riscos proporcionais de Cox. RESULTADOS: Após 24 meses de seguimento, as taxas de sobrevida foram 39% para os pacientes expostos e 95% para os não-expostos (p = 0.029). O modelo de riscos proporcionais de Cox mostrou resultados semelhantes aos obtidos na análise bivariada, indicando que a sintomatologia depressiva tende a estar associada com mortalidade (HR = 6,5; IC95%: 0,8-55,6; p = 0,085). As outras variáveis estudadas, incluindo idade, doenças sistêmicas concomitantes e marcadores bioquímicos, não mostraram associações significativas com óbito. Pacientes expostos permaneceram mais tempo em hemodiálise e receberam menos transplante renal (9% vs. 50% para não-expostos). Quando o transplante renal foi incluído no modelo de riscos proporcionais de Cox, a razão de riscos de mortalidade para os pacientes expostos comparados com os não-expostos perdeu significância estatística (RR = 4,5; IC95%: 0,5-40,0; p = 0,17). CONCLUSÕES: Nosso estudo sugere que a presença de sintomas depressivos pode ser um fator de risco independente para óbito de pacientes em hemodiálise crônica. No entanto, este achado necessita ser mais investigado.

ASSUNTO(S)

falência renal diálise renal modelo de riscos proporcionais depressão mortalidade

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