Depressão em pacientes internados em hospital geral : evolução após seis meses da alta hospitalar / Depression in patients in general hospital : evolution after six months of high hospital
AUTOR(ES)
Karla Cristina Gaspar
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
20/09/2011
RESUMO
O Estudo de Intervenção Breve Oportuna (EIBO) realizou uma série de ensaios terapêuticos aleatorizados em pacientes internados no Hospital de Clínicas da Unicamp. Objetivo: descrever o perfil clínico e a evolução desses pacientes e decorridos seis meses da alta hospitalar, reavaliar todos os pacientes por meio de uma entrevista telefônica. Método: Após screening com a Hospital Anxiety and Depression Scale (HAD), os primeiros 50 casos com episódio depressivo confirmados pelo Mini International Neuropsychiatric Interview compuseram a amostra deste estudo da depressão e foram encaminhados para um serviço de saúde pública. Devido ao caráter naturalístico do presente estudo, não interferimos na conduta dos médicos durante a internação. Após 6 meses de alta hospitalar, todos os pacientes foram entrevistados novamente por telefone. Resultados: a média de idade foi 49,3 anos (desvio-padrão:14,5), com predominância do sexo feminino (68%). Infecções, neoplasias malignas, doenças gastrointestinais e renais foram às principais razões de internação, muitas vezes associadas a doenças de base (principalmente hipertensão arterial, diabetes e cardiopatias). Decorridos seis meses da alta, cinco pacientes faleceram, seis não puderam ser contatados e um recusou a nova entrevista. Dos 38 reavaliados, dois terços continuavam deprimidos. Apenas 12 pacientes foram tratados e desses 7 (58%) foram com antidepressivos. Continuar deprimido associou-se à ideação suicida e a reinternações. Banalização dos sintomas depressivos, medo de ficar dependente de psicofármacos e descrédito em antidepressivos e psicoterapias constituíram barreiras para que 21 pacientes (55%) não buscassem tratamento para depressão. Dos 17 que o fizeram, 5 não conseguiram tratamento. Conclusão: Este estudo inédito demonstrou que após seis meses da alta hospitalar, 66% dos pacientes continuam deprimidos e 15% recebem tratamento. E dos que continuam deprimidos 64% apresentam ideação suicida e 16% tiveram novas internações. As crenças que os pacientes têm sobre depressão e o tratamento também constituem fatores de impedimentos subjetivos para buscar tratamento
ASSUNTO(S)
intervenção comorbidade atenção primária à saúde hospitalização interventions comorbidity primary health care hospitalization
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000816055Documentos Relacionados
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