Depressão em mulheres com perdas gestacionais recorrentes - um estudo investigativo
AUTOR(ES)
Carvalho, Ariel Cesar de, Silva, Michele Eugênio da, Matos, Bárbara Magueta, Bottino, Cassio Machado de Campos, Abrahão, Anelise Riedel, Cohrs, Frederico Molina, Bottino, Sara Mota Borges
FONTE
Rev. Bras. Ginecol. Obstet.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2016-12
RESUMO
RESUMO Objetivo: Avaliar a presença de depressão, violência doméstica e uso de substâncias em gestantes com história de perdas gestacionais de repetição. Métodos: Foram utilizados os instrumentos: Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS), Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test (ASSIST), Abuse Assessment Screen (AAS), além de um questionário com dados sociodemográficos e clínicos elaborado pelos investigadores. As variáveis que apresentaram associação com depressão na análise bivariada (p < 0,10), tais como número de abortos e violência durante a vida, entraram no modelo de regressão logística. Resultados: Foram entrevistadas 46 pacientes, sendo encontrada uma prevalência de depressão de 41,3% (intervalo de confiança [IC] de 95% 1/4 28,3-55,7%). Com relação à violência contra a mulher, um terço das gestantes (32,6%) foi vítima de violência emocional ou física pelo seu parceiro ou por alguém próximo a elas. O abuso e/ou dependência de tabaco estava presente em 13% das gestantes, segundo o ASSIST. Na análise bivariada, observou-se uma associação significativa entre histórico de doença psiquiátrica e depressão em mulheres com abortamento de repetição (p 1/4 0,005). Observamos também uma tendência de associação entre depressão, número de abortos (p 1/4 0,071) e histórico de violência durante a vida (p 1/4 0,073) . Conclusão: Depressão é uma doença frequente entre as gestantes com abortamento de repetição. A sobreposição entre depressão, violência doméstica e uso de substâncias aponta para a necessidade do rastreio sistemático dessas condições no pré-natal de gestantes com perdas gestacionais de repetição.
ASSUNTO(S)
aborto habitual depressão pós-parto violência contra a mulher saúde mental hábito de fumar
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