Depois que as roças foram embora: funcionalidade da Mata Atlântica em locais de roças abandonadas

AUTOR(ES)
FONTE

Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-08

RESUMO

A agricultura de coivara é praticada há longo tempo por populações de caiçaras na Ilha Grande, Rio de Janeiro, Brasil. Depois de alguns anos de uso as roças são abandonadas. Foi examinado o processo de produção e de decomposição de serapilheira e as relações entre o uso da floresta pelos caiçaras e a funcionalidade da paisagem. Foram utilizadas duas áreas abandonadas, uma com cinco e outra com 25 anos, e comparadas com uma floresta climácica. Não foram encontradas diferenças significativas entre as três áreas em dois anos de coleta; a produção média foi de 9.927, 8.707 e 10.031 kg/ha para as áreas de cinco anos, 25 anos e climácica, respectivamente. As entradas de N e K através da produção de serapilheira foram maiores na floresta climácica; as de P e Mg, na área de cinco anos; e a entrada de Na foi maior na área de 25 anos. A serapilheira estocada sobre o solo (3.040-3.730 kg/ha) não foi significativamente diferente nas três áreas. O tempo de ciclagem (1/K) foi de 0,33; 0,42 e 0,38 para as áreas de cinco anos, 25 anos e climácica, respectivamente. Estas florestas secundárias recobrem quase toda a Ilha Grande e apresentam baixa diversidade de espécies, mas têm os sistemas de produção e de decomposição similares aos de florestas maduras.

ASSUNTO(S)

agricultura de coivara caiçaras ciclagem de nutrientes serrapilheira florestas secundárias

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