Dependência sexual em dependentes químicos: o impacto de diferentes drogas de escolha e de polidependência

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Assoc. Med. Bras.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-05

RESUMO

Resumo Objetivo: Comparar o risco de dependência sexual em uma amostra de indivíduos com diagnóstico de dependência química, estratificados por droga de escolha e por dependência única ou de múltiplas substâncias. Método: Todos os dados foram coletados na Santa Casa de São Paulo, Brasil. A amostra estudada correspondeu a todos os indivíduos dependentes de álcool ou outras substâncias admitidos no Ambulatório de Dependência Química entre novembro de 2013 e agosto de 2014. Modelos lineares generalizados com distribuição binomial foram utilizados para comparar o risco de escores maiores que seis na Escala de Rastreamento para Dependência de Sexo (SAST) nos subgrupos analisados. Resultados: Foram analisados os dados de 133 pacientes usuários de cocaína/crack e/ou álcool. Usuários de múltiplas substâncias apresentaram risco significativamente maior de um screening positivo para dependência sexual comparados com usuários de uma única substância. Os odds ratios de dependência sexual ajustados por sexo e idade obtidos nos dois grupos foram, respectivamente, 2.72 (IC95% 1.1-6.71) e 0.37 (IC95% 0.15-0.91). O risco de dependência sexual entre usuários de cocaína/crack e álcool foi estimado, respectivamente, em 0.38 (IC95% 0.14-1.02) e 2.67 (IC95% 0.98-7.25), não indicando diferença significativa. Foi encontrada uma relação significativa entre severidade de dependência química e maiores níveis de dependência sexual entre dependentes de cocaína/crack, mas não de álcool. Conclusão: Nosso estudo reforça a importância de avaliar o comportamento sexual de dependentes químicos na prática clínica, especialmente considerando usuários de múltiplas substâncias, ou casos de maior severidade.

ASSUNTO(S)

transtornos relacionados ao uso de substâncias comportamento sexual estudos observacionais como assunto

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