Densidade mineral ossea de pacientes com fibrose cistica

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Fibrose cística (FC) é uma doença genética autossômica recessiva, mais freqüente na população caucasóide. As principais manifestações clínicas da FC incluem doença pulmonar crônica, insuficiência pancreática, elevação dos eletrólitos no suor e esterilidade masculina. Apesar dos avanços no tratamento clínico e nutricional dos últimos anos, complicações não relacionadas com a fisiopatogenia da FC têm sido descritas como a redução importante da densidade mineral óssea (DMO). O objetivo deste trabalho foi avaliar a DMO de pacientes com fibrose cística e correlacionar os achados com as variáveis estudadas. O estudo foi descritivo do tipo transversal com os indivíduos acompanhados regularmente no Hospital de Clínicas da UNICAMP. Foram selecionados 29 pacientes com idade igual ou superior a 10 anos e diagnóstico firmado de FC. A avaliação do estado nutricional foi feita pelos indicadores antropométricos peso/idade, altura/idade e pelo índice de massa corporal (IMC em kg/m2). A densidade mineral óssea da coluna lombar (segmento L2-L4), do fêmur e do corpo total foram avaliadas por meio do exame de densitometria de duplo feixe de raios X (DEXA). Esse exame também possibilitou a determinação dos valores das massas magra e gorda (kg). A ingestão dietética diária foi determinada pelo registro alimentar de 3 dias e a prova de função pulmonar foi utilizada para obtenção dos valores diretos da capacidade vital forçada e do fluxo expiratório forçado no primeiro segundo. A média de idade da população estudada foi de 14,4 anos (±3,85) com predomínio do gênero masculino (58,6%). O escore de desvio padrão peso/idade e altura/idade demonstraram percentuais de desnutrição elevados: 60,9% e 65,2%, respectivamente. Com relação a densitometria óssea, 58,6% dos pacientes apresentaram redução da DMO para coluna lombar e 42,3% para o corpo total. Houve correlação positiva entre a DMO da coluna lombar, do fêmur e do corpo total com a idade, índice de massa corporal e massa magra (p<0,05). A gravidade da doença pulmonar e a insuficiência pancreática não apresentaram correlação com a alteração da DMO observada. O inquérito alimentar revelou percentuais de adequação para os nutrientes estudados acima de 100% da recomendação nutricional preconizada pelo Consenso Europeu de Fibrose Cística. Os resultados desse trabalho apresentaram alteração significativa na DMO e estão em concordância com os achados da literatura científica. A manutenção do estado nutricional adequado pode ter efeito protetor para a massa óssea nas regiões da coluna lombar e do corpo total. A prevenção do déficit ósseo se faz importante nesses pacientes, pois pode reduzir o risco de fraturas

ASSUNTO(S)

desnutrição densitometria osteoporose calcio

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