Demografia e fenologia reprodutiva de Butia capitata (Mart.)Becc. (Arecaceae) em Arambaré, Rio Grande do Sul / Demography and reproductive phenology of Butia Capitata (Mart.) Becc. (Arecaceae) in Arambaré county, Rio Grande Do Sul
AUTOR(ES)
Azambuja, Augusto Cruz de
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
Considerando o uso de Butia capitata (Mart.) Becc. pela fauna da restinga e populações humanas e o fato das restingas serem ambientes extremamente ameaçados pela especulação imobiliária e intensa pressão da silvicultura e agropecuária, este estudo teve como objetivos caracterizar a demografia de Butia capitata, a regeneração natural, fenologia reprodutiva e correlacioná-la à variáveis climáticas, além de conhecer o potencial produtivo e reprodutivo da população. A estrutura demográfica foi levantada em quatro parcelas de 2500 m², onde foram registradas todas as plantas com folhas segmentadas, a regeneração natural foi amostrada em 2000 unidades amostrais (1m²) contidas em 40 subparcelas. Os indivíduos amostrados foram classificados por estádios de desenvolvimento. A estrutura demográfica em 1 ha configurou-se na forma de "J" invertido, com 2910 plântulas, 174 jovens, 26 imaturos, 76 adultos reprodutivos I, 52 adultos reprodutivos II e 19 adultos reprodutivos III. A regeneração natural (plântulas e jovens) foi correlacionada à distância da planta reprodutiva mais próxima através de três classes e a associação ou não com plantas lenhosas (ANOVA). Demonstrando diferenças estatísticas significativas (P<0,001), entre o número de plântulas e jovens com o fator distância e entre o número de jovens e o fator associação ou não com lenhosas (P=0,018) e interação entre os dois fatores e o número de jovens (P=0,024). O número de plântulas foi inversamente proporcional à distância da planta reprodutiva, sendo que quando associadas à lenhosas a partir da segunda classe de distância o número foi maior que sem associação. Já o número de jovens aumentou com o aumento da distância quando não associado à lenhosas e quando associado aumentou na última classe de distância. A fenologia reprodutiva foi acompanhada por 20 meses, com registro das fenofases: inflorescências em formação entre setembro de 2007 e março de 2008 com o pico no mês de dezembro de 2007. Inflorescências em floração estaminada e pistilada de dezembro de 2007 a fevereiro de 2008 com o pico em janeiro. Infrutescências com frutos verdes e maduros ocorreram respectivamente entre dezembro de 2007 e julho de 2008 com pico em fevereiro de 2008 e fevereiro a abril de 2008 com pico em março. Houve correlações significativas entre as fenofases e as variáveis climáticas: inflorescências em formação e em floração estaminada e pistilada com a temperatura média e o comprimento do dia; e floração estaminada e pistilada com a precipitação; os frutos verdes com a temperatura média. Os potenciais produtivos (expresso por kg de frutos/2500m²) e reprodutivos (expresso pelo número de sementes potencialmente viáveis/2500m²) foram respectivamente para as parcelas 1, 2, 3 e 4 de 741 kg e 246.924 sementes; 435 kg e 123.556 sementes; 325 kg e 102.010 sementes; 207 kg e 78.496 sementes.
ASSUNTO(S)
fenologia ecolgia vegetal arecaceae teses
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/10183/17494Documentos Relacionados
- UMA NOVA ESPÉCIE DE Butia (BECC.) BECC. (ARECACEAE) PARA O RIO GRANDE DO SUL, BRASIL
- Butia capitata (Mart.) Becc. lamina anatomy as a tool for taxonomic distinction from B. odorata (Barb. Rodr.) Noblick comb. nov (Arecaceae)
- Composição de carotenóides no coquinho-azedo (Butia capitata (Mart.) BECC. variedade Capitata)
- Estudos propagativos do coquinho-azedo (Butia capitata (Mart.) Becc) ARECACEAE
- Fisiologia pós-colheita de frutos da palmeira Syagrus oleracea (Mart.) Becc. (Arecaceae)