Delirium pós-operatório em pacientes críticos: fatores de risco e resultados

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Anestesiologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-08

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O delirium pós-operatório (DPO) em pacientes cirúrgicos em terapia intensiva é um resultado independente importante e determinante. O objetivo do nosso estudo foi avaliar a incidência e os determinantes do DPO. MÉTODOS: Estudo prospectivo de coorte realizado durante um período de 10 meses em uma unidade de recuperação pós-anestesia (URPA) com cinco leitos especializados em terapia intensiva. Todos os consecutivos pacientes adultos submetidos à cirurgia de grande porte foram incluídos. Os dados demográficos, as variáveis perioperatórias, o tempo de internação (TI) e a mortalidade na URPA, no hospital e nos 6 meses de acompanhamento foram registrados. Delirium pós-operatório foi avaliado utilizando o Checklist para triagem de delirium em terapia intensiva (Intensive Care Delirium Screening Checklist - ICDSC). Análises descritivas foram realizadas e o teste de Mann-Whitney, qui-quadrado ou teste exato de Fisher foram usados para comparações. Análise de regressão logística avaliou os fatores determinantes do DPO com o cálculo da razão de chances (RC) e seu intervalo de confiança de 95% (IC 95%). RESULTADOS: Houve admissão de 775 pacientes adultos na URPA e 95 pacientes não atenderam aos critérios de inclusão. Dos 680 pacientes restantes, 128 (18,8%) desenvolveram DPO. Os determinantes independentes de DPO identificados foram a idade, ASA-PS, cirurgia de emergência e a quantidade total de plasma fresco congelado (PFC) administrada durante a cirurgia. Os pacientes com delirium tiveram taxas mais elevadas de mortalidade, estavam mais gravemente doente e permaneceram mais tempo na URPA e no hospital. DPO foi um fator de risco independente para mortalidade hospitalar. DISCUSSÃO: A incidência de delirium foi elevada nos pacientes cirúrgicos em terapia intensiva. DPO foi associado a uma pior pontuação de gravidade da doença, tempo de permanencia mais longo no hospital e na URPA e a taxas mais elevadas de mortalidade. Os fatores de risco independentes para DPO foram a idade, ASA-PS, cirurgia de emergência e quantidade de plasma administrado durante a cirurgia.

ASSUNTO(S)

complicaÇÕes pós-operatória recuperaÇÃo pÓs-anestÉsica

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