Degradação do cabelo decorrente do tratamento continuo com lauril sulfato de sodio e silicone

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

O cabelo é composto basicamente de uma proteína denomidanda a-queratina. É subdividido em 3 ou 4 unidades: cuticula, córtex, complexo da membrana celular e eventualmente, medula. O surfactante presente em formulações de xampus utilizados em cuidados diários é uma possível fonte de degradação das proteínas constituintes do cabelo. Este trabalho tem como propósito quantificar esse efeito. Foram testados 3 tipos de cabelo por fricção ou imersão em água, lauril sulfato de sódio (LSS) e em uma microemulsão de um tipo de aminosilicone (SI) em 3 temperaturas diferentes: 25, 40 e 70°C. A perda protéica foi quantificada pelo método de Lowry. Os resultados dos ensaios de imersão mostraram que o LSS promove uma perda protéica maior do que a água e que diferença entre os dois valores cresce com a temperatura, que aumenta a perda protéica para todas as soluções de tratamento. A perda protéica também é dependente das condições de preservação iniciais da fibra, que perde mais proteinaspsm quando mais danificada. O SI não causou nenhum efeito na perda protéica quando adicionado ao LSS. O cabelo castanho escuro comum apresentou uma perda protéica de até 12,5 mg g quando imerso em LSS 5% a 70°C por 84 h, ao passo que o cabelo castanho escuro padrão perdeu 6,5 mg g, o cabelo loiro padrão perdeu até 10,5 mg g na região das pontas e 8,0 mg g na região da raiz, sob as mesmas condições. As isotermas obtidas a diferentes temperaturas foram utilizadas para estimar a energia de ativação para a perda protéica no cabelo castanho escuro padrão e no cabelo loiro padrão tanto para a região das pontas quanto para a região da raiz. Esses valores são, respectivamente: 69 ± 22; 40 ± 12; 61 ± 4 70 kJ mol para as amostras tratadas em água e 53± 8; 7 ± 5; 32 ± 8 70 kJ mol para as amostras tratadas em LSS 5%. Esses valores concordam com os dados de perda protéica, que mostram que quanto mais degradado o cabelo, menor a energia de ativação de sua perda protéica. A faixa obtida de 7 a 70 kJ mol indica que a perda protéica é controlada principalmente pela difusão. Os parâmetros de cor das amostras tratadas por imersão mostraram pequenas mudanças em relação aos respectivos controles, indicando que a degradação foi suave, neste caso. Os resultados dos ensaios com fricção mostram que a maior parte da perda protéica é ocasionada por esse processo em si (mais de 80%), o que significa que durante o processo de lavagens diárias do cabelo, a fricção é responsável pela maior parte da degradação. Neste caso, SI mostrou a menor perda protéica.

ASSUNTO(S)

quimica do cabelo foliculos de cabelo cabelo

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