Decomposição aeróbia de Myriophyllum aquaticum (Vell.) Verdc. e caracterização limnológica na bacia hidrográfica do rio do Monjolinho (São Carlos, SP, Brasil)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Os processos oxidativos aeróbios contribuem com grande quantidade de nutrientes nas formas dissolvida e particulada para o metabolismo da microbiota aquática. Nesse contexto, este estudo descreveu as cinéticas de consumo de oxigênio durante a mineralização aeróbia de Myriophyllum aquaticum, avaliando os possíveis efeitos da adição de nutrientes, composição química do detrito e da temperatura na decomposição. A macrófita aquática foi coletada na região litorânea do reservatório do Monjolinho (220 00 S e 470 54 O; SP, Brasil). Em laboratório parte dos fragmentos das plantas foram submetidos à lixiviação para extração da fração dissolvida (MOD). Foram montadas câmaras de decomposição (n = 96) com diferentes concentrações de N e P, contendo detrito íntegro ou matriz lignocelulósica (i.e. fibras) em dois estágios fenológicos (verde ou senescente) e submetidas a duas condições de temperatura (16 e 25 C), totalizando 32 tratamentos. As concentrações de oxigênio dissolvido (OD) foram determinadas periodicamente nas câmaras durante 80 dias. Os resultados foram ajustados a um modelo cinético de primeira-ordem. As diferentes concentrações de N e P não interferiram no metabolismo microbiano quando os experimentos com detrito íntegro e matriz lignocelulósica foram analisados separadamente. Por outro lado, nos experimentos que contemplaram a mineralização da macrófita sem enriquecimento com N e P (água do reservatório), houve o favorecimento da mineralização em detrimento da imobilização. Porém, a análise independente das concentrações de N e P mostraram que numa mesma condição de temperatura e tipo de fragmento (verde ou senescente), o kD foi aproximadamente 2 vezes maior nos tratamentos com detrito íntegro em relação aqueles somente com matriz lignocelulósica, que apresentou maior relação C:P e menores quantidades de lignina em sua composição química inicial. O Q10 mostrou similaridade entre os tratamentos, independente da composição química (integral ou fibras), porém, diferença em relação ao estágio fenológico da planta (variaram de 1,75 a 2,06). Com relação à estequiometria O/N houve um gasto maior de oxigênio para a nitrificação nos tratamentos com detritos íntegros (média = 1%) em relação aos tratamentos com matriz lignocelulósica (média = 0,6%). A qualidade do detrito constituiuse na variável mais importante na mineralização da macrófita, já a temperatura atuou como um fator secundário.

ASSUNTO(S)

decomposição myriophyllum aquaticum composição química ecologia aquática caracterização limnológica ecologia monjolinho, rio, bacia (sp)

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