De Pasamontañas e Paliacates - a luta dos homens sem rosto: o processo de construção da contra-hegemonia do Exército Zapatista de Libertação Nacional

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1999

RESUMO

Primeiro de janeiro de 1994, dia em que o México assinava seu "passaporte" para o primeiro mundo, o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA). Assim afirmavam os ideólogos neoliberais. Os focos das lentes da imprensa burguesa internacional, porém, surpreenderam-se e surpreenderam o mundo ao conclamar uma notícia estranha àquela conjuntura: YA BASTA! Em plena "pós-modernidade", quando ainda se faziam ouvir os sussurros de "fim da história" e "fim das ideologias", ressurgia um grupo de resistência armada na região sudeste do México, no estado mais pobre do país, autodenominado Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN). Ao mesmo tempo em que o mundo presenciava a ascensão do neoliberalismo, assistia também, perplexo, aos prenúncios de sua negação: a um só tempo e num mesmo espaço geopolítico, realizava-se o NAFTA, e era publicada a Declaração da Selva Lacandona. Tese e antítese emergiam paralelamente na complexa história mexicana. Acontecimento inusitado, na atual conjuntura neoliberal, o novo movimento guerrilheiro viria desnudar a crua e ocultada face da economia mexicana. Sua emergência viria marcar a paradoxal imagem do México neoliberal, denunciando o grande contraste entre a imagem daquele país apresentada ao mundo e a sua realidade histórica no momento de sua adesão ao North American Free Trade Agreement. Este trabalho busca analisar, do ponto de vista histórico, o (re) surgimento da luta armada no seio dos movimentos sociais latino. Primeiro documento publicado pelo EZLN. Trata-se da declaração de guerra do Exército Zapatista de Libertação Nacional ao Governo e ao Exército Federal Mexicanos (Anexo 2). O surgimento de grupos armados como forma de resistência política não é um evento estranho à história da América Latina ou um acontecimento inédito na história do México. O surgimento se faz inusitado aqui pela conjuntura americanos na atual conjuntura neoliberal e, examinando as matrizes constitutivas do discurso do EZLN, dedica um especial enfoque ao processo de formação de uma contra-hegemonia por parte dos dominados, elaborada no interior de um processo de reelaboração e interpelações de idéias e conceitos pertinentes à ideologia dominante

ASSUNTO(S)

ciencias sociais aplicadas comandante marcos ejercito zapatista de liberacion nacional (mexico) neoliberalismo dominados ezelenistas guerrilhas -- america latina mexico -- historia movimentos sociais revolucionarios

Documentos Relacionados