Da rosa do povo a rosa das trevas : classicismo, melancolia e cosmovisão tragica na lirica de Drummond (1948-1951)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1999

RESUMO

A presente tese ocupa-se do exame específico da guinada classicizante operada na lírica de Carlos Drummond de Andrade no pós-guerra, prenunciada pela antologia de 1948, intitulada NovosPoemas e configurada plenamente em Claro Enigma (1951). O alcance dessa guinada foi e tem sido objeto de polarização da crítica, que, frequentemente, tendeu a uma apreciação pouco valorativa, quando confrontada com a poesia social de A Rosa do Povo (1945) ou mesmo com a poesia objetual de Lição de Coisa (1961). Essa tendência parece decorrer seja da desconsideração para com as articulações mais íntimas e sempre dialéticas que unem o pessimismo e o formalismode Claro Enigma a certas especjficidades do conexto político e estético dos anos 40-50; seja da incompreensão frente à reapropriação drummondiana do legado "clássico", que nada tem de regressiva ou restauradora, como se costuma supor. Em virtude disso,a presente abordagem visa retomar tais articulações e examiná-las mais detidamente, elegendo, para tanto, duas balizas históricas que"parecem atuar de forma mais decisiva nessa viragem poética. De um lado, o neoclassicismo e o formalismo do livro são vistos em relação a um momento marcado,entre nós pela crescente especializaçãodo trabalho artístico. De outro, a frustração do projeto lírico-participante dos anos 40 e o pessimismo social dominante na obra são vistos como decorrência do radicalismo ideológico do PCUS no pós-guerra, que levaria à imposição do nalismo socialista como padrão artístico a ser seguido à risca, de acordo com a orientação jdanovista proveniente da matriz soviética

ASSUNTO(S)

poesia brasileira

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