D. Quixote contra os moinhos: um ensaio sobre o Movimento Escola Sem Partido

AUTOR(ES)
FONTE

Ensaio: aval.pol.públ.Educ.

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/06/2019

RESUMO

Resumo Este ensaio serve-se das categorias “sagrado” e “profano” com o objetivo de analisar ideias motoras do Movimento Escola Sem Partido (MESP) que, como hipótese, procura instaurar uma visão de mundo escolar, apoiado em esquemas binários e convencionais de pensamento. Essas duas categorias procuram compreender como o MESP estabelece “deveres de condutas do professor” expressos em seu Projeto de Lei. Essa realidade político-educacional pode ser constituída de duas hipóteses: 1) pela construção social de um mundo heterônomo e virtualmente confuso e 2) pela atualização mítica de um tipo de professor “sagrado” que faria face ao mundo profano supostamente em questão. Estas sinalizam formas simbólicas de um passado cristalizado, constituindo aquilo que Bourdieu chamava de “paradigma de D. Quixote” – uma expressão subjetiva anacrônica à realidade objetiva. A realidade objetiva da educação é apresentada no último item do artigo, a partir de uma interpretação dramática onde tensões entre os valores “sagrado” e “profano” são entendidos como inerentes à condição social de professor.Abstract This essay debates the ideas of the Movimento Escola Sem Partido (MESP) by the “sacred” and “profane” categories analyses. These categories seek to understand how MESP establishes “duties of teacher’s conduct” expressed in its Bill. This political-educational reality can be constituted of two hypothesis 1) by the social construction of a heteronomous world and virtually confusing, and (2) by the mythical actualization of a kind of “sacred” teacher who would face the supposed profane world. These hypotheses signal symbolic forms of a crystallized past, constituting what Bourdieu called the “Quixote paradigm” – an anachronistic subjective expression of objective reality. The objective reality of education is presented in the last section of the article from a dramatic interpretation where tensions between “sacred” and “profane” values are understood as inherent in their social condition.

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