Curso da vida e capacidade para o trabalho entre adultos mais velhos: ELSI-Brasil
AUTOR(ES)
Castro, Camila Menezes Sabino de, Lima-Costa, Maria Fernanda, César, Cibele Comini, Neves, Jorge Alexandre Barbosa, Andrade, Fabíola Bof de, Souza Junior, Paulo Roberto Borges de, Sampaio, Rosana Ferreira
FONTE
Rev. Saúde Pública
DATA DE PUBLICAÇÃO
25/10/2018
RESUMO
RESUMO OBJETIVO Examinar os fatores associados à percepção da capacidade para o trabalho em amostra nacional representativa da população brasileira com 50 anos ou mais. MÉTODOS Foram utilizados dados de 8.903 participantes da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil). A variável dependente foi a autoavaliação da capacidade para o trabalho (boa ou muito boa versus razoável, ruim ou muito ruim). As variáveis independentes incluíram fatores que operam no início, no meio e na fase atual da vida. A análise multivariada foi baseada em razões de prevalência (RP) e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) estimados por meio da regressão de Poisson. RESULTADOS A boa capacidade para o trabalho foi informada por 49% dos participantes (49,4% entre homens e 48,6% entre mulheres). Os resultados da análise multivariada mostraram que, tanto para homens quanto para mulheres, a boa capacidade para o trabalho apresentou associações positivas e estatisticamente significantes (p < 0,05) com ter saúde boa até os 15 anos de idade (RP = 1,22 e 1,18, respectivamente), escolaridade ≥ 8 anos (RP = 1,19 e 1,21, respectivamente) e autoavaliação da saúde atual como boa (RP = 1,88 e 1,94, respectivamente). Associações negativas foram observadas para idade atual (RP = 0,99 para cada incremento de um ano), diagnóstico médico de depressão (RP = 0,70 para homens e RP = 0,87 para mulheres) e ter uma ou mais doenças crônicas (RP = 0,88 para homens e 0,91 para mulheres). Apenas entre os homens, associações positivas foram observadas para idade em que começou a trabalhar (RP = 1,14 e 1,12 para 11–17 e ≥ 18 anos) e residência com o cônjuge (RP = 1,09). CONCLUSÕES A capacidade para o trabalho nas idades mais velhas é construída ao longo da vida, particularmente pelas condições de saúde na infância e na adolescência, pela idade em que os homens começam a trabalhar, pela escolaridade e pelas condições de saúde nas idades mais velhas. Políticas visando ao aumento da longevidade no mercado de trabalho devem levar em conta esses fatores.
ASSUNTO(S)
idoso avaliação da capacidade de trabalho saúde doença crônica fatores socioeconômicos fatores epidemiológicos inquéritos epidemiológicos
Documentos Relacionados
- Hospitalizações entre adultos mais velhos: resultados do ELSI-Brasil
- Controle da hipertensão arterial entre adultos mais velhos: ELSI-Brasil
- Função cognitiva entre adultos mais velhos: resultados do ELSI-Brasil
- Fatores associados ao recebimento de aposentadorias entre adultos mais velhos: ELSI-Brasil
- Prática de atividade física entre adultos mais velhos: resultados do ELSI-Brasil