Currículo, gênero e nordestinidade: o que ensina o forró eletrônico?

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/09/2011

RESUMO

Esta tese tem como objeto os discursos das músicas de forró eletrônico e a regulação generificada de nordestinidades. Fundamentado nas teorias pós-críticas da educação, o presente trabalho objetivou investigar regulações da nordestinidade forjadas com a produção de subjetividades generificadas nos discursos das músicas de forró eletrônico. A pesquisa se insere no quadro dos estudos em currículo que, sob inspiração dos trabalhos dos Estudos Culturais e de Michel Foucault, examinam variados discursos em sua produtividade sobre a constituição de sujeitos. A análise incidiu sobre fragmentos discursivos extraídos de músicas de forró eletrônico, adotando elementos de perspectivas metodológicas inspiradas nas análises foucaultianas. A pergunta central que orienta a investigação é: como subjetividades generificadas vêm regulando nordestinidades no currículo do forró eletrônico? A tese aqui defendida é a de que o forró eletrônico concorre, via gênero, para uma erosão das linhas de continuidade que historicamente forjaram uma idéia de nordestinidade. O currículo do forró eletrônico regula nordestinidades porque ao mesmo tempo em que reforça antigos estereótipos que ajudaram a sedimentar uma determinada idéia do que seriam o Nordeste e seu povo, torna cada vez mais improvável defini-los por meio de um conjunto preciso, homogêneo e coerente de discursos, imagens e textos relativamente a gênero. As análises aqui trazidas evidenciam que o referido currículo ensina modos de ser sujeito na confusão de fronteiras entre o que seria ou não próprio do nordestino em termos de gênero. A tese mostra que nas músicas de forró eletrônico são engendradas continuidades e descontinuidades, condensações e dispersões enunciativas que concentram e diluem experiências da nordestinidade. Evidencia, ainda, que as músicas de forró eletrônico são endereçadas de modo a constituir biopoliticamente uma comunidade que é imaginada e que se imagina portadora de um estilo de vida que ganha corpo na figura do/a forrozeiro/a. Por conseguinte, o currículo do forró eletrônico não deixa de trair a nordestinidade tanto quanto possibilita que ela seja assimilada e reinventanda. Nessa traição, ele mostra a ficção de uma invenção da sua própria e do Nordeste que o possibilitou.

ASSUNTO(S)

educação teses   currículos  teses relações de gênero teses arte e musica  aspectos sociais  teses 

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