Cultura, politica e identidade na Amazonia

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

No Brasil após a Constituição Federal de 1988 a configuração de uma esfera pública indígena em âmbito nacional ocorreu concomitantemente ao surgimento de uma extensa rede de associações civis conectando necessidades e demandas locais a circuitos políticos globais. O Rio Negro — situado no noroeste amazônico, no estado do Amazonas — é a região onde mais se desenvolveu o fenômeno associativo. No decorrer da última década esta malha associativa cresceu aceleradamente após a sua inclusão na agenda das preocupações ambientalistas do primeiro mundo com as mudanças climáticas do planeta e com a preservação das florestas tropicais. A última zona alcançada na região pelo associativismo indígena é o Baixo Rio Negro, no município de Barcelos, cujo estudo demonstrou a coexistência de um arranjo altamente democrático, participativo e eficiente de promoção de direitos, com uma acentuada dependência das associações ao órgão federativo (a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro, a FOIRN) para captar recursos e firmar parcerias seja no plano transnacional ou nacional. Por outro lado, as comunidades só adquirem visibilidade na esfera pública regional quando inseridas na estrutura associativa que culmina nas instâncias decisórias máximas da Federação. Esta situação evidenciou, portanto, um tipo de militância que remete aqui a figura do índio cidadão, isto é, a um ativismo etnopolítico estreitamente conectado a um desenho horizontal e descentralizado mas também hiper formalizado de ação coletiva e a uma sociedade civil transnacional em franco desenvolvimento.

ASSUNTO(S)

globalização politicas publicas publicas indigenas brasileiros movimentos sociais identidade etnica cultura

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