Cultura de embriões imaturos para obtenção de hibridos interespecificos em tomateiro

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1987

RESUMO

A moléstia vira-cabeça é considerada uma das viroses de maior importância na cultura do tomateiro sendo que ainda não existem variedades comerciais (L. esculentum) adaptadas às nossas condições, com resistência satisfatória a essa moléstia. Algumas fontes promissoras de resistência foram identificadas em introduções de Lycopersicon peruvianum (LA 371, 462, 444 e PI 126928, 126930. 126944, 126946, 128657 e129146). No entanto a barreira pós-zigótica existente entre essas duas espécies, que é devido ao aborto precoce do embrião, impede a introgressão de genes limitando assim a exploração dessa espécie no melhoramento do tomateiro. A técnica da cultura "in vitro" de embrião híbrido imaturo, antes de ocorrer o aborto do mesmo, possibilita a obtenção de plantas, através do fenômeno da organogênese somática dos calos, desenvolvidos à partir das células embrionárias. A análise histológica e o acompanhamento do desenvolvimento de embriões híbridos, com 15, 20 e 25 dias após polinização, nos auxiliou na determinação da idade mais adequada para a cultura "in vitro", que é aproximadamente entre 15 e 20 dias (estádio III). O meio de cultura básico empregado nos experimentos foi solução salina de Murashige e Skoog, 1962, vitaminas de Sondahl (30 g/l) e Agar (7 g/l) para os ensaios dos tipos parentais. Para a cultura dos embriões híbridos, o meio foi enriquecido com 10 mg/l de glutamina e com 100 mg/l de caseina hidrolisada. Os frascos mantidos em sala de cultura, no escuro, por três dias e depois transferidos para sala de crescimento com fotoperíodo de 14 hs de luz (1.200 lux). A temperatura foi sempre mantida a 25+- 3ºC. Foram realizados tratamentos envolvendo diferentes concentrações de fitorreguladores (auxina x citocinina), adição de extratos complexos ao meio de cultura, além de algumas estratégias de polinização com a finalidade de se tentar diminuir as barreiras de incompatibilidade. O melhor tratamento com fitorreguladores para indução e crescimento de calos com posterior regeneração de plantas hibridas foi 10 mM de 6-BA e 2,5 mM de IAA. Entretanto, não houve influência dos extratos complexos ns indução e cres cimento dos calos. Por outro lado, a utilização da espécie L.pimpinellifolium como "ponte" entre o cruzamento das duas espécies utilizadas, promoveu o aparecimento de calo e também quando se utilizou 10%, de pólen da planta mãe (L.esculentum) misturado ao pólen do L. peruvianum. Foram regeneradas cerca de quatrocentas plantas originárias de quatro calos. O enraizamento das mesmas foi realizado utilizando-se o mesmo meio de cultura usado nos experimentos para a cultura dos embriões, sem adição de fitorreguladores. As plantas foram submetidas, posteriormente, a uma aclimatação gradativa, com a finalidade de se diminuirem as perdas de material na fase de plantio no campo. Mesmo assim, ocorreu urna mortalidade de aproximadamente 85%. A natureza híbrida das plantas regeneradas foi verificada pelo exame de diversas características morfológicas (formato e coloração de folha, tamanho e coloração de fruto, comprimento de estilo-estigma, pilosidade da haste, etc). Adicionalmente, foram realizados análises de eletroforese (gel de amido}, empregando-se duas isoenzimas (APS - fosfatase ácida e PGI - fosfogluco isomerase), para confirmação final natureza híbrida das plantas FI obtidas. Finalmente, foi sintetizada uma população segregante através de cruzamentos em Sib entre as plantas FI regeneradas. Esta população revelou elevada variabilidade para tolerância ao virus do "vira-cabeça", além de variação acentuada para diversas características morfológicas

ASSUNTO(S)

tomate hibridação

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