Cuidados paliativos ao doente oncológico terminal em domicílio: representações sociais da família.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2000

RESUMO

O presente estudo buscou compreender como a família representa o processo de cuidar do doente oncológico terminal em domicílio, seus medos, dúvidas, ansiedades e dificuldades. Teve como objetivo identificar as representações sociais da família no desenvolvimento de cuidados paliativos ao doente oncológico terminal em domicílio, a fim de preparar esse grupo para exercer seu papel de agente terapêutico na prestação dessa assistência. Trata-se de uma pesquisa descritiva, qualitativa, na qual utilizou-se para a coleta de dados a entrevista semi-estruturada. o local da pesquisa foi o domicílio do doente, por entendermos que, quanto mais próximo o pesquisador estiver do objeto e da sua realidade, ou seja, do seu cotidiano, mais fidedignas serão as respostas encontradas. O referencial teórico-metodológico das representações sociais subsidiou a análise das falas dos dez entrevistados. observamos que as representações sociais do familiar cuidador sobre a saúde a constitui como um valor universal, parte importante da própria vida. Destacam-se aqui os sentimentos de horror e tristeza desse indivíduo que sofre muito, pois, sem alternativas, acompanha o processo de morte do seu parente. tal experiência implica revisão de comportamento, modificação nos padrões ee na própria consciência da sua mortalidade e do outro. Ao aprender essas representações sociais de tristeza, sofrimento e medo, pudemos entendê-la como fruto do que é partilhado e veiculado na sociedade sobre o câncer como sinônimo da morte. entretanto, surgem também outras representações sociais, oriundas da mesma experiência cotidiana desses familiares, porém construídas com sentimentos de alegria, prazer, doação, entrega, amor, segurança e comodidade. as contradições que se observam são decorrentes do medo, que perpetua o senso comum sobre a morte e das necessidades que esses atores sociais têm para enfrentá-la. Com a mudança do paradigma do morrer no hospital para o morrer em casa, torna-se prioritário capacitar recursos humanos para prestar assistência domiciliar. nesta perspectiva, é de importância crucial a elaboração de estratégia para viabilizar o atendimento do paciente, da comunidade, com vistas à prevenção, à cura ou à doação de recursos paliativos quando necessários

ASSUNTO(S)

oncologia enfermagem atendimento domiciliar representação social da família

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