Crônicas em antologias, suas adaptações audiovisuais e os sentidos : o gênero na formação intercultural discursiva em comunicação social = Chronicles in anthologies, their audiovisual adaptations and meanings : the genre in the intercultural discursive formation from the social communications perspective / Chronicles in anthologies, their audiovisual adaptations and meanings : the genre in the intercultural discursive formation from the social communications perspective

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

24/05/2012

RESUMO

Esta pesquisa destina-se ao estudo discursivo da leitura do gênero crônica - suas memórias e seu funcionamento - em duas materialidades. Buscamos compreender o funcionamento na forma escrita - em obras reunidas em antologias, e na forma audiovisual - em crônicas que foram adaptadas a partir de textos que se encontram publicados em antologias e veiculados na televisão, no cinema e na internet. Realizamos um estudo comparativo da macro-estrutura discursiva de duas antologias de crônicas de múltiplos autores - por serem publicações coletivas recentes do gênero no Brasil - a primeira - As Cem Melhores Crônicas Brasileiras - antologia organizada por Joaquim Ferreira dos Santos e publicada pela editora Objetiva, em 2005; e a segunda - Antologia de Crônicas: Crônica Brasileira Contemporânea - organizada e apresentada por Manuel da Costa Pinto, publicada pela editora Salamandra, e também editada em 2005. O exame dos autores selecionados em ambas as antologias nos permitiu identificar os quatro cronistas que têm textos publicados nas duas obras: Carlos Heitor Cony, Ignácio Loyola Brandão, Luis Fernando Verissimo e Mario Prata. Também identificamos que dois destes autores (Prata e Verissimo) tem obras adaptadas para o audiovisual. Buscamos assim constituir um corpus que nos permitisse analisar como se dá a transferência de sentidos entre uma materialidade e outra. Esses sentidos estão em movimento e são reinscritos em outros meios, para outros leitores, ou seja, para teleleitores, que interpretam o texto de imagem. Observamos como o texto muda de materialidade e se ressignifica, nesse novo con/texto, resultado do imbricamento entre o verbal e o texto de imagem. Com este gesto, não basta descrever a imagem, mas interpretá-la como texto. Após problematizar a noção de adaptação e fundamentar porquê continuamos a utilizá-la em alguns momentos, observamos que para o processo de criação da versão audiovisual é crucial a análise das condições de produção e o funcionamento discursivo das posições enunciativas, da encenação e do texto de imagem. Mostramos como a crônica audiovisual exige uma outra forma de leitura. O adaptador interpreta a cena imaginária da crônica fonte para realizá-la em crônica audiovisual, um movimento que chamamos de transfiguração. Neste movimento interpretativo e de produção são fundamentais as ressonâncias discursivas do gênero para que este mantenha correlação com a obra fonte. Por fim, propomos o desenvolvimento de lineamentos para aulas de leitura e práticas textuais em cursos de Comunicação Social, com a implementação da proposta Intercultural/discursiva desenvolvida por Serrani (2010), que tem como finalidade a formação de comunicadores que tomam a cultura como central para a compreensão das linguagens e discursos.

ASSUNTO(S)

análise do discurso leitura antologias crônicas brasileiras cinema e televisão imagens - interpretação discourse analysis reading anthologies brazilian chronicle moving-pictures and television picture interpretation

Documentos Relacionados