Critica e historia na filosofia de Kant / Critique and history in the philosophy of Kant
AUTOR(ES)
Agostinho de Freitas Meirelles
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
Em nossa pesquisa defendemos a tese do projeto de Crítica da razão de Kant (1781-7), no qual, inicialmente, a problemática histórica é abordada de modo pouco elucidativo. O filósofo, segundo nos parece, nunca admitiu a existência de uma ciência histórica, e, por este motivo, jamais pretendeu fundar uma filosofia da história, apesar de o capítulo final da primeira Crítica receber o título de Historia da razão pura, onde Kant menciona a necessidade de examinar a referida história da filosofia segundo a perspectiva transcendental. Motivos não faltarão para duvidar da solidez da Doutrina transcendental do método (segunda parte da primeira Crítica), os quais serão, posteriormente, fornecidos pelo próprio filósofo. No que se refere à segunda Crítica (1788) nenhuma concepção de história se insinua. Em seus textos de filosofia prática escritos após essa obra, os quais abordam, direta ou indiretamente, a questão histórica, não há o apelo à consciência moral do sujeito e muito menos à idéia de uma vontade pura. Estes elementos, constitutivos do domínio da moralidade, são plenamente aceitáveis quando examinada a possibilidade do imperativo categórico. O principal objetivo da filosofia transcendental direcionada para o âmbito moral consiste somente em demonstrar que a lei moral, nos seres finitos, não é uma simples quimera, e que o acatamento subjetivo ao princípio objetivo não é só possível, mas real. Porém, quando a reflexão filosófica kantiana se vê obrigada a responder a respeito da possibilidade de a razão ser efetivamente prática, isto é, provar-se enquanto poder de determinação na natureza humana situada historicamente, o problema a resolver pela filosofia transcendental, como já dissemos, exige outro tipo de análise. Talvez este seja o teste mais difícil enfrentado pela filosofia crítica kantiana. A última centúria de nossa pesquisa visa apontar na terceira Crítica (1790-3) o aplainamento do caminho que facilitará o acesso da filosofia transcendental ao território indemarcável da história. Com a última Crítica, Kant consegue conferir à razão a orientação que necessitava para efetivar definitivamente o Giro copernicano em filosofia
ASSUNTO(S)
immanuel kant semantica (filosofia) semantics
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000441506Documentos Relacionados
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