CrianÃas selvagens : a expressÃo das emoÃÃes apÃs situaÃÃo de extrema privaÃÃo de convÃvio social / Wild children: the expression of emotions after a situation of extreme deprivation of social familiarity

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Os estudos sobre emoÃÃes sÃo realizados hà muito tempo, mas apesar disso nÃo hà um consenso sobre um conceito devido Ãs muitas questÃes envolvidas nesse complexo processo. Um ponto controverso à sobre a existÃncia de emoÃÃes bÃsicas e sua universalidade. Alguns autores defendem a idÃia de emoÃÃes inatas e universais, outros opinam sobre os fatores culturais presentes no desenvolvimento das emoÃÃes. Apesar dessa discussÃo todos concordam que as pessoas expressam externamente suas emoÃÃes atravÃs de gestos, aÃÃes, reaÃÃes fisiolÃgicas, expressÃes faciais e vocais. Existem vÃrios relatos sobre crianÃas que foram privadas de convÃvio social e passaram a viver com animais ou em isolamento social e foram consideradas selvagens. Estes casos despertam no mÃnimo a curiosidade da populaÃÃo em geral e dos acadÃmicos, pois representam uma forma de se tentar entender o papel da sociedade e do convÃvio com outros da mesma espÃcie para o desenvolvimento das funÃÃes Ãnicas do ser humano. Os participantes desta pesquisa foram dois jovens descobertos num curral com suÃnos no interior de Pernambuco. Permaneceram nessa situaÃÃo por aproximadamente sete anos. A presente pesquisa à um estudo de caso, de carÃter exploratÃrio que visou investigar as expressÃes emocionais nesses sujeitos no sentido de se produzir evidÃncias para o estudo do desenvolvimento das emoÃÃes e o debate acerca da sua universalidade e/ou relatividade. Comparando os dois irmÃos em relaÃÃo Ãs emoÃÃes esperadas e as observadas para as situaÃÃes geradoras de emoÃÃes encontradas nos vÃdeos analisados, chegamos ao resultado que a congruÃncia total entre esses tipos de emoÃÃo foi semelhante para os dois sujeitos, porÃm existem diferenÃas entre os irmÃos na congruÃncia de emoÃÃes esperadas especÃficas. A alegria foi a emoÃÃo mais observada nos participantes em detrimento das outras. A emoÃÃo de tristeza nÃo foi observada nas anÃlises, porÃm foi relatada pela cuidadora. Pedro demonstrava tristeza, mas JoÃo sà a demonstrou quando o irmÃo morreu. NÃo houve evidÃncias da emoÃÃo de nojo nos sujeitos deste estudo, esse fato nos levou a questionar a universalidade das emoÃÃes. O tipo de emoÃÃo (agradÃveis, desagradÃveis, neutras ou nenhuma; âmais elaboradasâ ou âmenos elaboradasâ) nÃo interferiu na congruÃncia dos participantes, porÃm se sà considerarmos as emoÃÃes agradÃveis e as desagradÃveis observamos que Pedro demonstra ser mais incongruente nas emoÃÃes desagradÃveis. JoÃo nÃo demonstrou variaÃÃo da congruÃncia em funÃÃo da Ãpoca da observaÃÃo, mas Pedro apresentou congruÃncia significativamente maior a partir de 2005. Podemos concluir que apÃs quatorze anos de ressocializaÃÃo, Pedro demonstrou ser mais apÃtico que JoÃo apesar de ter sido colocado no cativeiro numa idade maior (6/7 anos de idade). Neste caso a privaÃÃo do convÃvio social mais tardia trouxe mais dano ao que diz respeito à expressÃo emocional

ASSUNTO(S)

expressÃo das emoÃÃes emoÃÃes expression of emotions emotions psicologia cognitiva wild children crianÃas selvagens

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