Crescimento econômico, inovação e empreendedorismo

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A presente pesquisa enfeixa o exame das relações existentes entre crescimento econômico e inovação tecnológica, empreendedorismo e o papel das políticas públicas direcionadas para o fomento da inovação tecnológica no âmbito das microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP). O ponto de partida do trabalho explica que o crescimento econômico constitui objeto de grande relevância para a teoria econômica, considerando que enquanto aumento sustentável do Produto Interno Bruto real per capita revela-se essencial para a elevação do padrão de bem estar da sociedade e que a inovação é amplamente aceita como vetor decisivo para o crescimento do produto e da produtividade total dos fatores. Tanto o modelo exógeno (Solow) quanto o endógeno mostram que o “choque tecnológico” é condição central para o crescimento. A diferença é que o segundo vai além, diz que políticas públicas contam sim como fator de crescimento, pois este requer sistema de Ciência e Tecnologia eficiente, formação de capital humano, regras de jogo e incentivos adequados. Considera também o papel estratégico do empreendedor como agente de inovação, agregador de valor, organizador da produção, responsável por novos processos de produção e de produtos, criador de empregos, de novos mercados, de lucro e de riquezas. No caso do Brasil, ao mesmo tempo em que é confirmado o perfil empreendedor do povo brasileiro, aponta-se, porém, fortes características de não-inovadores. As ME e EPP possuem papel significativo na geração de empregos, mas insignificante participação como agentes de inovação. É que de maneira geral, as empresas brasileiras manifestam clara opção pela compra de tecnologias, ao invés de promover projetos estratégicos de geração de inovações. A dificuldade em produzir conhecimentos que possam ser incorporados como inovação é que no Brasil o mercado tem falhado sistematicamente na realização de investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação – CT&I e em Pesquisa e Desenvolvimento - P&D, questões tratadas predominantemente na esfera pública. Por sua vez, a maioria dos programas de CT&I tem diretrizes de natureza setorial. É certo que a detenção do conhecimento científico é condição necessária, mas não suficiente para o processo de inovação. Neste sentido, iniciativas governamentais recentes demonstram que dentre os mecanismos de financiamento em vigor, os Fundos Setoriais são as ferramentas principais para o alcance da inovação tecnológica nos setores produtivos e áreas estratégicas. Ao lado disso, constatamos que Roraima também carece de implantação de políticas de desenvolvimento de Ciência e Tecnologia e de mecanismos próprios de financiamento das atividades de P&D. No entanto, quando se percebe a inovação e o empreendedorismo como elementos essenciais do crescimento econômico, pode-se argumentar que o Estado brasileiro vem buscando derivar políticas públicas de metodologias e enfoques teóricos que só têm sentido para o desenvolvimento de tecnologias nas empresas, com a ilusão que existem sistemas nacionais de inovação científico-tecnológicos. Fica evidente que o Brasil muito terá que fazer para criar um ambiente de negócios mais amplo, em que as empresas privadas queiram investir em inovação, assumam riscos e expandam suas atividades produtivas para se tornarem mais competitivas.

ASSUNTO(S)

crescimento econômico economic growth technology innovation inovação tecnológica empreendedorismo productivity micro e pequenas empresas entrepreneurship políticas públicas

Documentos Relacionados