Crenças, práticas de cuidado e prevenção acerca das DST/AIDS na atenção básica à saúde

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/03/2012

RESUMO

A resposta ao surgimento da Aids no Brasil potencializou diversas ações nos serviços de saúde, de forma a garantir o atendimento de qualidade, o diagnóstico precoce e seguro e o tratamento eficaz à população. Assim, rapidamente o SUS (Sistema Único de Saúde) passou a dar atenção às necessidades trazidas pelas demandas de DST/Aids, sendo a Atenção Básica (AB), estrategicamente, o maior espaço para a implementação de uma política de cuidado e prevenção destas, uma vez que é a porta de entrada preferencial do usuário no sistema. Neste sentido, esse estudo teve como objetivo investigar o cuidado e a prevenção acerca das DST/Aids nas Unidades de Saúde da Família (USF), a partir das crenças e das práticas dos profissionais. A partir de uma amostragem estratificada por conveniência, foram selecionadas 19 USF, localizadas na cidade de João Pessoa-PB, participando um profissional de cada USF, com idades variando de 23 a 65 anos (M=40; DP=10,63), sendo apenas um do sexo masculino. Foram utilizados três instrumentos que se complementaram: questionário estruturado, roteiro de observações e entrevista semiestruturada. Os dados do questionário e do roteiro foram analisados através de estatística descritiva, enquanto as entrevistas foram transcritas e, após, realizada uma análise categorial temática. A partir dos dados quantitativos, verificou-se que 11 USF realizam o atendimento das DST a partir de uma abordagem sindrômica, apesar de referirem que o tratamento é feito em serviços especializados, na maioria das DST. Sobre o diagnóstico, nenhuma USF oferece os testes anti-HIV, VDRL e sorologia para as Hepatites B e C. Sobre a disponibilidade de preservativo masculino, 18 USF afirmaram sempre tê-lo disponível para a população, sendo a distribuição livre em 12 delas. As populações consideradas como mais vulneráveis às DST/Aids foram as mulheres e os adolescentes/jovens, havendo, em algumas USF, atividades de prevenção junto às mesmas. A realização de atividades externas de prevenção foram referidas por 13 USF, sendo a escola o local mais citado (11 USF). Observou-se que em 9 USF os preservativos ficavam disponíveis no balcão da recepção; apenas em uma unidade havia distribuição de folhetos educativos e em 4 havia cartazes informativos sobre essa temática. Quanto aos dados qualitativos, os discursos dos profissionais apontaram para 2 classes temáticas: 1) Infecção pelo HIV (Categorias: Contágio e Indivíduo soropositivo ao HIV); e 2) Percepções e práticas no trabalho (Categorias: Percepção do cuidado, Capacitação no manejo das DST/Aids, DST/Aids na AB à saúde, Manejo do HIV/Aids e Demanda). Os discursos dos profissionais revelaram, por um lado, crenças estereotipadas e preconceituosas frente à pessoa que vive com HIV/Aids e à própria doença, e por outro, os discursos se referiam à importância de uma prática de cuidado efetiva frente às DST/Aids e da inclusão dessa temática na rotina do serviço. Aponta-se para a necessidade de maior comprometimento e responsabilização da gestão, organizando a definição de prioridades na agenda da AB e garantindo os insumos e os treinamentos necessários para que se tenham recursos humanos e materiais nas USF para se trabalhar com as DST/Aids.

ASSUNTO(S)

dst/aids atenção básica crenças práticas de cuidado prevenção psicologia social std/aids basic care beliefs care practices prevention

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