Crenças e/ou cultura? : de onde vêm as crenças dos professores de inglês de escolas públicas do DF sobre livros-texto

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O livro-texto sempre foi um instrumento importante no ensino de línguas estrangeiras. Mas, o uso fiel do livro-texto, sem as devidas adaptações, pode torná-lo uma ferramenta cuja eficácia pode não corresponder àquela vislumbrada pelo aluno e professor. É essencial, portanto, compreender a visão que os professores têm do material. Resolvemos, então, investigar de onde vem a crença dos professores com relação ao livro-texto. Tínhamos também a hipótese de que havia uma preferência por livros escritos por autores estrangeiros e publicados fora do país, e que essa preferência estava ligada à cultura. Escolhemos, assim, fazer entrevistas com alguns professores de inglês de escolas públicas do DF (ensino regular e centros de línguas) e mais duas pessoas, que imaginamos pudessem ter alguma influência nessas crenças: uma professora do curso de letras, que chamamos de professora formadora, e a proprietária de uma livraria especializada na venda de livros didáticos para ensino de línguas estrangeiras. Os resultados obtidos foram que as crenças dos professores vêm, principalmente, de suas experiências como profissionais. Eles se adaptam a seu contexto e buscam soluções que atendem as necessidades de sua realidade. Esses resultados derrubaram nossa hipótese sobre preferências por livros internacionais, visto que essa preferência só existe em um dos contextos investigados, o dos centros de línguas, onde o ensino de línguas estrangeiras assume um caráter mais comunicativo, nos moldes dos cursos livres. Mesmo compreendendo as dificuldades de se ensinar línguas estrangeiras no contexto de ensino regular, em escolas públicas, acreditamos que é possível ensinar línguas na forma que o aprendemos nos cursos de formação. Achamos que o problema não está no contexto, mas na atitude do professor perante ao contexto, pois ele se resigna ao invés de juntar argumentos para convencer as autoridades educacionais a criar situações mais adequadas ao ensino de línguas estrangeiras. Recomendamos, então, mais reflexão sobre o assunto, e coragem para buscar soluções além das quatro paredes da sala de aula.

ASSUNTO(S)

crenças contexto culture livro-texto linguistica aplicada cultura beliefs textbook context

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