COVID-19 e o olho: quanto sabemos realmente? Uma revisão das melhores evidências

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Bras. Oftalmol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-06

RESUMO

RESUMO Identificar e classificar as informações disponíveis sobre o COVID-19 e o tratamento oftalmológico de acordo com o nível de evidência, dentro de quatro tópicos principais de interesse: evidência do vírus nas lágrimas e na superfície ocular, infecção pela via conjuntival, manifestações oculares e recomendações de melhores práticas. Foi realizada uma revisão estruturada no PubMed, ScienceDirect, LILACS, SciELO, Biblioteca Cochrane e Google Scholar no COVID-19 e oftalmologia. A planilha de Níveis de Evidência 2011 do Oxford Centre for Evidence Based Medicine 2011 foi usada para avaliações de qualidade. Mil e dezoito itens foram identificados na busca; Foram incluídos 26 registros na síntese qualitativa, que incluiu 6 revisões de literatura, 10 séries de casos ou estudos transversais, 4 relatos de casos e 6 descrições de intervenções. Dezessete dos 26 registros (65%) foram classificados como nível 5 no sistema de classificação da metodologia Oxford CBME, o restante foi no nível 4. As evidências geradas no COVID-19 e na oftalmologia até o momento são limitadas, embora isso seja compreensível dadas as circunstâncias. Tanto a possível presença de partículas virais em lágrimas e conjuntiva quanto o potencial de transmissão conjuntival permanecem controversos. As manifestações oculares não são frequentes e podem se assemelhar a infecção viral da superfície ocular. A maioria das recomendações baseia-se nas estratégias implementadas pelos países asiáticos durante surtos anteriores de coronavírus. Há necessidade de estudos aprofundados avaliando essas estratégias no cenário da SARS-CoV-2. Enquanto isso, os planos para a aplicação dessas medidas devem ser implementados com cautela, levando em consideração o contexto de cada país e submetidos a auditorias periódicas.

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