COVID-19 coorte de crianças com câncer: atraso no tratamento e aumento da frequência de óbitos

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Saude Mater. Infant.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2021-02

RESUMO

Resumo Objetivos: descrever características epidemiológicas e óbitos em crianças com câncer e a doença do novo coronavírus 2019 (COVID-19), em hospital de referência do nordeste brasileiro. Métodos: coorte envolvendo menores de 19 anos em tratamento de câncer, durante abril a julho de 2020. Pacientes sintomáticos ou antes de hospitalização foram submetidos a pesquisa do vírus severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2), por meio de reação em cadeia da polimerase com transcrição reversa em tempo real (RT-PCR), em swab naso/orofaríngeo. Foram incluídos aqueles com resultado detectável. Os desfechos foram atraso no tratamento oncológico e óbito. Realizada análise descritiva e apresentado os resultados preliminares. Resultados: 48 crianças, maioria com neoplasia hematológica (66,6%), sexo masculino (69%), mediana de idade 5,5 anos. os sintomas mais observados foram febre (58,3%) e tosse (27,7%); 72,9% necessitou internamento hospitalar, 20% suporte em unidade de terapia intensiva (UTI) e 10,5 % assistência ventilatória invasiva. O tratamento oncológico foi adiado em 66,6% dos pacientes, 16,6 % evoluiu para óbito até 60 dias após confirmação da infecção pelo SARS-CoV-2. Conclusões: COVID-19 determinou atraso no tratamento oncológico das crianças com câncer e aumento da frequência de óbitos quando comparada à série histórica do serviço. Será importante analisar os fatores de risco para determinar o impacto na sobrevida.

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