Cosmologias do Rock em Fortaleza / CosmologÃas de Rock en Fortaleza

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo tomar os shows de rock, mais especificamente os shows de Metal, sob a perspectiva dos rituais a fim de identificar e compreender as diferentes linguagens que ordenam e expressam as cosmologias (partes que em conjunto formam um todo dotado de sentidos de acordo com o contexto no qual estÃo inseridos, Tambiah, 1985) que configuram os referidos shows em determinados espaÃos na cidade. Do ponto de vista conceitual, algumas definiÃÃes podem ser consideradas a fim de que compreendamos porquà os shows de Metal podem ser analisados sob a perspectiva dos rituais. Vejamos: a) à algo ordenado, sistemÃtico, cuja lÃgica obedece a certos princÃpios em sintonia com o universo do Rock e o contexto social; b) o show se apresenta como um momento de diferenciaÃÃo das atividades cotidianas e onde se compartilha assuntos de interesses comuns no que se refere a bandas, mÃsicos, instrumentos; c) à um momento de encontros, trocas simbÃlicas e materiais, circulaÃÃo e efetivaÃÃo de espaÃos; d) e revelam os mecanismos de aceitaÃÃo e de conflitos inerentes ao universo no qual os participantes seja organizados como banda ou platÃia, estÃo inseridos. Os shows sÃo protagonizados por grupos juvenis e que se denominam metaleiros/metalheads/headbangers, cujo significado à batedores de cabeÃa. AlÃm disso, esses eventos configuram-se e realizam-se seguindo os princÃpios da filosofia denominada por eles underground,ou seja, orientam-se pela idÃia âfaÃa vocà mesmoâ independente de patrocinadores, apoios institucionais pÃblicos e/ou privados, seguindo uma lÃgica de mercado diferenciada da difundida pela âcultura de massaâ; ainda que em certos ocasiÃes, na busca por espaÃos, apoios financeiros para a realizaÃÃo dos eventos, como tambÃm nas formas de divulgaÃÃo e difusÃo dos trabalhos produzidos pelas bandas e consumidos pela platÃia e por outras bandas ligadas ao estilo, recorram Ãs formas de organizaÃÃo, produÃÃo, difusÃo e distribuiÃÃo caracterÃsticas da indÃstria cultural para o estabelecimento de trocas simbÃlicas, materiais e novos laÃos de sociabilidade, o que provoca, na maioria das vezes, um enriquecimento cultural por meio desses contatos, embora antagonismos de interesses venham a surgir. Entre as questÃes que esta proposta pretende responder, indago se os shows de rock contribuem ou nÃo para o fortalecimento e diferenciaÃÃo dos âmetaleirosâ em relaÃÃo a outros agrupamentos que se ligam à mÃsica. E mais, que significados os shows expressam para os participantes e se esses significados permitem repensar as dinÃmicas juvenis e mudanÃas culturais na contemporaneidade. O interesse por esse campo empÃrico advÃm de minhas experiÃncias com pesquisa desde 2002, quando entÃo, dediquei-me aos estudos de grupos e manifestaÃÃes juvenis que se utilizam da mÃsica do Rock e do corpo como instrumentos para contarem a si mesmos e aos âoutrosâ suas estÃrias (Geertz,1978) focando sempre os mecanismos de aceitaÃÃo e de conflitos inerentes ao universo no qual estÃo inseridos. Os caminhos traÃados por esta pesquisa se utilizaram da observaÃÃo de palco e platÃia, entrevistas realizadas entre os jovens "metaleiros", sites, jornais e revistas referentes aos shows.

ASSUNTO(S)

ciudad, juventud y rituales cidade,juventude, rituais fÃs de heavy metal - fortaleza(ce) - usos e costumes antropologia mÃsicos de rock -aspectos sociais - fortaleza(ce) grupos de rock - aspectos sociais - fortaleza(ce) heavy metal - aspectos sociais - fortaleza(ce) mÃsica e juventude - aspectos sociais - fortaleza(ce)

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