Correlation between Amerindian ancestry and neuromyelitis optica spectrum disorders (NMSOD) among patients in Midwestern Brazil

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FONTE

Arquivos de Neuro-Psiquiatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2022

RESUMO

Resumo Antecedentes: O espectro da neuromielite óptica (ENMO) é a segunda doença desmielinizante, autoimune e inflamatória do sistema nervoso central, cuja prevalência varia conforme região geográfica e etnia. Objetivo: Determinar prevalência e fenótipo de ENMO em um Centro de Referência no estado de Goiás. Métodos: Estudo transversal, registrado no Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) sob o n° 8380.9317.9.0000.5078. Todos os pacientes preencheram os critérios do Consenso Internacional. Resultados: O ENMO representou 9,37% do total de doenças desmielinizantes. Foi predominante em mulheres (81%) e não brancos (83,4% autodeclararam-se mestiços), e a média de idade no momento de estudo foi 48 anos. A ancestralidade ameríndia foi significativamente maior (68,75%) que as demais. Mielite transversa longitudinalmente extensa isolada ≥3 segmentos vertebrais (35%) e neurite óptica isolada (35%) foram as apresentações iniciais mais comuns. A média de tempo entre o surgimento da doença e momento do estudo foi 48 meses. Predominaram: curso recidivante e incapacidade moderada (Expanded Disability Status Scale (EDSS) 3,0–4,0). Sequelas neurológicas caracterizadas por EDSS>4,5 predominaram em homens (44,5% entre estes versus 20,5% entre mulheres). Maioria em tratamento com azatioprina desde o diagnóstico, representando 77% (37 casos) de boa resposta terapêutica. Predominaram (84%) sequelas permanentes: 52% deficiência física permanente, 54% deficiência visual permanente (25% amaurose bilateral e 75% unilateral), e 30% deficiência esfincteriana permanente (82% bexiga neurogênica e 18% ostomias). Conclusão: A prevalência estimada de ENMO em Goiás é de 0,79/100.000 habitantes. Predominou o fenótipo mulheres, não brancos, no início na quarta década de vida, com curso recidivante, incapacidade permanente e moderada. Nosso estudo foi o primeiro em Goiás sobre a prevalência de ENMO e descobrimos que neste estado o ENMO predomina em pacientes com ancestralidade ameríndia (descendentes de nativos americanos).

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