Correlação entre parâmetros cardiovasculares e alterações glaucomatosas do nervo óptico em portadores de insuficiência cardíaca congestiva

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras.oftalmol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

13/05/2019

RESUMO

Resumo Objetivos: Correlacionar parâmetros oftalmoscópicos e cardiovasculares em pacientes com diagnóstico de insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER) e avaliar a associação entre ICFER e alterações do nervo óptico sugestivas de glaucoma. Métodos: Estudo descritivo, observacional, prospectivo, composto por amostra 30 pacientes com diagnóstico de ICFER. Os pacientes foram submetidos ao exame oftalmológico, que incluiu biomicroscopia, avaliação da acuidade visual, aferição da PIO (pressão intraocular), gonioscopia e medida de ECC (espessura central corneana). A avaliação de parâmetros cardiovasculares, como PAM (pressão arterial média), FEVE (fração de ejeção do ventrículo esquerdo), comorbidades e tempo de diagnóstico de IC foi realizada a partir de revisão de prontuário médico. Arbitrariamente foi escolhido o olho esquerdo para análise estatística dos dados. A correlação estatística foi realizada através do teste de Spearman, e a comparação através do teste U de Mann-Whitney. Resultados: Observou-se uma alta prevalência de atrofia peripapilar (73,3%), além de uma correlação positiva, moderada e estatisticamente significativa entre FEVE e PPO (pressão de perfusão ocular) (r = 0,517; p = 0,004). Apesar da ausência de significância das comparações pelo Teste U de Mann-Whitney, evidenciou-se uma maior prevalência de atrofia peripapilar nos pacientes que apresentavam uma menor PAM, menor FEVE e menor PPO. Conclusão: A ICFER pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de alterações glaucomatosas no disco do nervo óptico. A atrofia peripapilar e a baixa pressão de perfusão ocular resultantes do déficit contrátil cardíaco podem estar relacionadas com a teoria vascular do desenvolvimento do glaucoma de pressão.Abstract Objectives: To correlate ophthalmoscopic and cardiovascular parameters in patients diagnosed with low-output heart failure (HFrEF) and to evaluate the association between HFrEF and glaucoma-suggestive alterations in the optic nerve. Methods: Descriptive, observational and prospective study, composed of 30 patients diagnosed with HFrEF. The patients were submitted to ophthalmologic examination, which included biomicroscopy, visual acuity, gonioscopy, intraocular pressure (IOP) and central corneal thickness (CCT) measurement. Their cardiovascular parameters evaluation, such as mean arterial pressure (MAP), left ventricular ejection fraction (LVEF), comorbidities and diagnosis time of HFrEF was performed upon a review over their medical chart. The left eye was arbitrarily chosen for statistical analysis of the data. Statistical correlation was performed using the Spearman test, while the comparison was performed using the Mann-Whitney U-test. Results: A high prevalence of peripapillary atrophy (73.3%) was observed, as well as a positive, moderate and statistically significant correlation between LVEF and ocular perfusion pressure (OPP) (r = 0.517; p = 0.004). Despite the lack of significance of the Mann-Whitney U-Test comparisons, a higher prevalence of peripapillary atrophy was found in patients with lower MAP, lower LVEF and lower OPP. Conclusion: HFrEF may be a risk factor for the development of glaucomatous changes in the optic nerve disc. The resulting peripapillary atrophy and low OPP from the contractile deficit may be related to the vascular theory about normal-tension glaucoma development.

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