Correlação entre concentração inibitória mínima e níveis urinários de antimicrobianos para o tratamento de infecções no trato urinário / Correlation between minimum inhibitory concentration and urinary levels of antimicrobials for treatment of infections in urinary tract

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Introdução: As Infecções no trato urinário (ITU) estão entre as doenças infecciosas mais comumente diagnosticadas e são responsáveis por uma grande proporção do consumo de agentes antimicrobianos, sendo a Escherichia coli o microorganismo mais freqüentemente envolvido. Os antimicrobianos utilizados no tratamento das ITU sofrem concentração no processo de eliminação, ocasionando altos níveis de antimicrobiano na urina. No entanto, os testes que avaliam a susceptibilidade aos antimicrobianos são baseados em concentrações séricas. Assim, é de interesse a padronização de um teste que utilize níveis urinários (discos de alta potência) dos antimicrobianos frente aos uropatógenos. Objetivo: padronizar teste de susceptibilidade aos antimicrobianos para E. coli de ITU, com concentrações de antimicrobianos atingidas na urina. Métodos: foram utilizados 204 isolados bacterianos resistentes a pelo menos um dos seguintes antimicrobianos: ampicilina, cefalotina, ciprofloxacino, gentamicina, sulfametoxazol-trimetoprima(cotrimoxazol) para os quais foi determinada a MIC através de diluição em agar. Através da análise das MIC obtidas e das concentrações que os antimicrobianos atingem na urina, foram estabelecidas as concentrações dos discos de alta concentração. As seguintes concentrações de disco foram utilizadas: ampicilina (500, 400, 300 μg), cefalotina (200, 100 μg) e ciprofloxacino (200, 150 μg). Resultados: a ampicilina apresentou MIC ≥ 512μg/mL para cerca de 50% dos isolados. Dos discos testados, o de 500 μg mostrou melhor coeficiente de correlação de Spearman (rs: -0,659) e foi escolhido para a determinação do ponto de corte através de curva ROC (receiver operating characteristic). Pela curva, um diâmetro de halo de 9 mm separaria as amostras resistentes (R) das susceptíveis (S) a altos níveis de ampicilina com 100% de sensibilidade e especificidade de 50%. A cefalotina apresentou MIC inferior a 256μg/mL para 78% dos isolados sendo que o “rs” para os discos de 100 e 200 μg foi o mesmo: -0,744. Pela curva ROC, halos de 17mm (disco de 200μg) e 13mm (disco de 100μg) discriminariam amostras R de S com 100% de sensibilidade e 96,9% de especificidade. O ciprofloxacino apresentou MIC ≤ 128 μg/mL para mais de 50% dos isolados, sendo que o “rs” foi melhor com o disco de 200μg (rs:-0,916). Um halo de 21mm separaria as amostras S e R com 100% de sensibilidade e 78,9% de especificidade. Para o cotrimoxazol, 95% das amostras se mostraram resistentes a altos níveis e os testes com disco de alta potência não foram realizados. Para a gentamicina o baixo nº de amostras (n=22) prejudicou a análise, mas cerca de 63% dos isolados seriam susceptíveis a altos níveis. Conclusão: O presente estudo demonstrou que o uso de discos de alta concentração pode ser útil para avaliar a susceptibilidade de isolados urinários. Isto tem importância em laboratórios clínicos onde, embora haja dificuldade na realização da MIC, testes de disco-difusão estão incorporados na rotina.

ASSUNTO(S)

infecção urinária urinary tract infection antimicrobianos e. coli escherichia coli mic urinary concentration of antimicrobials

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