Coronavírus e metapneumovírus aviários em aves domésticas e silvestres do Brasil : caracterização molecular e filogenética / Avian coronavirus and metapneumovirus from Brazilian domestic and wild birds : molecular characterization and phylogenetic

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

O Brasil figura entre os maiores produtores e exportadores do mundo de carne de frango e ovos, o que confere a avicultura a capacidade de interferir na construção do PIB nacional. Estes índices envolvem a necessidade de uma alta produtividade e consequentemente um manejo zoosanitário suficiente para atender a economicidade do setor. Este estudo focou dois gêneros virais de importância na avicultura, o Coronavirus e o Metapneumovirus, objetivando verificar a presença de vírus em aves silvestres e sinantrópicas da avifauna brasileira, visando compreender melhor a eco-epizootiologia das respectivas morbidades de que são agentes etiológicos. Para tanto se coletou 134 amostras através de swabs traqueais e cloacais de 53 aves silvestres brasileiras de 20 espécies diferentes e de 14 pombas (Columba livia), que não possuíam sinais de doença. Além destas aves, foi também objeto de estudo amostras de galinhas e frangos comerciais oriundos de vários estados da federação nos anos de 2003 a 2009, com sintomas respiratórios. O material genético dos vírus encontrados foi extraído e submetido à reação de nested RT-PCR, destinado a amplificar a região hipervariável do gene que codifica a proteína S1 dos coronavírus e o gene que codifica a proteína G dos metapneumovírus. Os amplificados foram então sequenciados e analisados construindo-se árvores filogenéticas e matrizes de similaridade através de recursos de bioinformática. Foi possível recuperar seis (06) amostras de coronavírus de Columba livia e vinte e três (23) de galinhas domésticas. No estudo filogenético se observou dois grandes clusteres; um agrupando-se com o genótipo Massachusetts e outro com D207; das amostras de pomba 5 agruparam-se com Massachusetts; 1 amostra de galinha e uma de pomba agruparam com o genótipo Connecticut e 1 de galinha com o Arkansas. As amostras oriundas de pomba e as de galinha compartilharam uma similaridade que chegou a 100%, para algumas delas. Quanto aos metapneumovírus recuperou-se vírus de 7 aves silvestres, 7 de pombas e 15 de galinhas domésticas, sendo que estas amostras agruparam-se em dois grandes clusteres, um com o subtipo A (5 de aves silvestres, 2 de pombas e 1 de galinha) e outro com o subtipo B (2 de aves silvestres, 5 de pombas e 14 de galinha). A identidade genética entre os amplificados de galinha e de aves não domésticas chegou a 100%. Tanto para os coronavirus como para os metapneumovirus o isolamento de vírus com um de seus genes mais variáveis apresentando até 100% de identidade com os das galinhas domésticas, pode representar uma possível recuperação dos vírus atenuados utilizados nas vacinações de rotina, ou mesmo a passagem dos vírus patogênicos para estes animais, fazendo com que estes mantenham o agente no ambiente. Aves de diferentes espécies podem ainda funcionar enquanto um ambiente seletivo para estes vírus, provocando a fixação de novos genótipos virais, o que seria uma provável explicação para o fato destes agravos continuarem a ocorrer em granjas de todo o mundo em detrimento da existência de vacinas, além da possibilidade de surgimento de vírus recombinantes capazes de infectar humanos, como é o caso da SARS

ASSUNTO(S)

coronavírus metapneumovírus ave selvagem pombo coronavírus metapneumovírus wild bird pigeons

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