Cooperativismo no Brasil: um estudo comparativo de três perspectivas com ênfase na região de Florianópolis

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O presente estudo orienta-se no sentido de identificar e analisar comparativamente as principais perspectivas/vertentes do cooperativismo no Brasil, enfatizando-se suas expressões na região de Florianópolis. A primeira perspectiva/vertente foi denominada de Sistema OCB/OCESC (centralismo mercadológico); a segunda perspectiva/vertente nomeou-se de Economia Solidária ou Popular (socialismo) tendo como referência a visão de Paul Singer e a terceira foi denominada de Economia Solidária ou economia social (pluralismo democrático) que vai de encontro ao pensamento de Guerreiro Ramos, Genauto França Filho e Maurício Serva. Através das entrevistas coletadas com um representante de cada perspectiva/vertente explicitou-se a complexidade do mundo na qual estão inseridas as cooperativas e as chamadas cooperativas de economia solidária. É uma interface de valores. São dilemas vivenciados constantemente entre uma realidade subjetiva e humana e uma realidade marcada por valores instrumentais. Dentro de uma abordagem crítica este estudo baseou-se em autores que apresentam uma insatisfação com o modelo de construção do conhecimento da ciência moderna (clássica), que se revela insuficiente para a análise da dinâmica da complexidade da realidade atual e autores que mostram um descontentamento com o modelo de análise das organizações que se fundamenta numa noção convencional ou neoclássica da economia. Diante deste contexto, o presente estudo norteou-se através de uma metodologia de base qualitativa, de caráter exploratório, interpretativo e fenomenológico. O estudo procurou contribuir com o debate a respeito da crise atualmente enfrentada pelo cooperativismo em geral, qual seja, o confronto entre a tradição de busca de autonomia e autogestão, por um lado, e, por outro, a pressão e necessidade de adequação ao mercado. Conclui-se que o cooperativismo, enquanto cresce e se diversifica, enfrenta dilemas e contradições internas e externas. Tais contradições e dilemas provavelmente são compreensíveis à luz do paradigma da complexidade (MORIN; LE MOIGNE, 2000) e da teoria da delimitação dos sistemas sociais (GUERREIRO RAMOS, 1981)

ASSUNTO(S)

cooperativismo autogestão complexidade self-management dilemas dilemmas administracao cooperativism complexity perspectives/tendencies perspectivas/vertentes

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