CONVERSÃO PIROLÍTICA DE BAGAÇO RESIDUAL DA INDÚSTRIA DE SUCO DE LARANJA E CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DOS PRODUTOS

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O uso do bagaço de laranja peletizado, biomassa residual da indústria alimentícia, como substrato de conversão pirolítica, vai ao encontro da tendência mundial de transformar resíduos em produtos com valor agregado, insumos e energéticos, em substituição a derivados de combustíveis fósseis. Este trabalho de dissertação é focalizado no processo de conversão térmica de bagaço de laranja peletizado, como alternativa de aproveitamento e valorização de resíduos sólidos da indústria de suco de laranja. O bagaço de laranja peletizado foi submetido à secagem, cominuição, classificação granulométrica e posterior caracterização com auxílio de TGA, análise imediata e análise elementar. Determinou-se, também, o teor de pectina do bagaço. A conversão pirolítica foi conduzida em reator de vidro borossilicatado, em escala de bancada e em leito fixo, à baixa temperatura (450 C), sob atmosfera inerte (N2). O aquecimento foi feito com auxílio de forno elétrico bipartido, ligado a um controlador de temperatura. Obtiveram-se quatro frações por batelada: uma gasosa (F1), duas líquidas, aquosa (F2) e bio-óleo (F3); e uma sólida (F4). Os produtos líquidos e o resíduo sólido da pirólise do bagaço de laranja peletizado foram submetidos a diversos testes de caracterização e identificação analítica. A fração aquosa foi analisada por cromatografia a gás acoplada à espectroscopia de massas (GC-MS) e espectroscopia ultravioleta/visível (UV/Vis) em solução alcoólica. O bio-óleo foi caracterizado por análise elementar; testes de solubilidade, espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) e ultravioleta/visível (UV/Vis), e cromatografia a gás acoplada à espectroscopia de massas (GC-MS). O poder calorífico superior e o teor de fenóis orto-meta substituídos foram determinados. O resíduo sólido (carvão) foi submetido à análise elementar, análise imediata, microscopia eletrônica de varredura (MEV), teste BET, espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) e à caracterização com testes de adsorção, número/índice de iodo, azul de metileno e fenazona, e poder calorífico superior. A biomassa de bagaço de laranja peletizado revelou-se possível fonte de pectina, produto com apreciável potencial econômico. As frações líquidas da pirólise, aquosa e bio-óleo, demonstraram poder constituir futura fonte de matéria-primas e insumos químicos. O resíduo carbonoso, sem prévia ativação, mostrou potencial para uso como adsorvente industrial e combustível sólido limpo. O processo de pirólise em leito fixo demostrou, pois, ser capaz de produzir, no mínimo, duas frações de interesse industrial: o bioóleo, possível fonte de insumos químico-petroquímicos, e o carvão, proposto para uso como adsorvente industrial e combustível sólido. O gás de pirólise, ademais, pode ser utilizado diretamente como gás combustível de médio poder calorífico.

ASSUNTO(S)

quimica indústria alimentícia agroindústrias, bagaço de laranja celulose

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