Controle químico da mela-das-sementes e do carvão em cultivares de Brachiaria brizantha

AUTOR(ES)
FONTE

Summa phytopathol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-06

RESUMO

RESUMO O Brasil é o maior produtor, consumidor e exportador mundial de sementes de espécies forrageiras tropicais. Contudo, a produção tem sido ameaçada pela presença de fungos e fitonematoides, os quais podem reduzir a produtividade e/ou a qualidade das sementes produzidas, além de constituírem barreiras sanitárias para vários países importadores dessas sementes. Em Brachiaria spp., as principais doenças são a mela-das-sementes e o carvão, causadas, respectivamente, pelos fungos Claviceps maximensis e Ustilago operta. Apesar da grande demanda pelo setor produtivo, poucos são os estudos relacionados a estratégias de controle das doenças. Assim, realizou-se este trabalho objetivando-se avaliar a eficiência de fungicidas no controle das referidas doenças. Implantaram-se quatro experimentos, sendo dois na Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande-MS, e dois em Paraíso das Águas-MS. Foram utilizadas as cultivares BRS Piatã e Xaraés, ambas pertencentes à Brachiaria brizantha. Foram avaliados os efeitos de vários fungicidas (g ia/ha), os quais foram aplicados em três épocas para Campo Grande: plantas com 10% de antese, 20 e 40 dias após a primeira aplicação. Em Paraíso das Águas, os fungicidas foram aplicados uma única vez, nas plantas com 10% de antese. Na cultivar BRS Piatã, para Campo Grande, os melhores resultados obtidos para o controle da mela-das-sementes foram com os tratamentos T7 (trifloxistrobina + ciproconazole (150,0 + 64,0)) e T11 (primeira aplicação: piraclostrobina (97,5) + epoxiconazole (60,0), segunda aplicação: tebuconazole (120,0), terceira aplicação: piraclostrobina (97,5) + epoxiconazole (60,0)). Na cultivar Xaraés, a doença foi menos expressiva nos tratamentos T4 (piraclostrobina (175,0)), T6 (azoxistrobina + ciproconazole (80,0 + 32,0)), T9 (primeira aplicação: piraclostrobina (175,0); segunda e terceira aplicações: piraclostrobina + epoxiconazole (99,75 + 37,5)) e T11 (primeira aplicação: piraclostrobina (97,5) + epoxiconazole (60,0), segunda aplicação: tebuconazole (120,0), terceira aplicação: piraclostrobina + epoxiconazole (97,5 + 60,0)). Não houve ocorrência de carvão para ambas as cultivares em Campo Grande. Para BRS Piatã, no experimento de Paraíso das Águas-MS, apesar da intensidade de mela-das-sementes e de carvão não terem sido expressivas, no tratamento T4 (piraclostrobina (175,0) a produtividade de sementes puras foi 69,6% maior que a testemunha, produzindo 456,78 kg/ha, demonstrando alta relação benefício/custo com o referido tratamento. Tal resultado em T4 pode ter sido expressão de efeitos fisiológicos proporcionados pela piraclostrobina. A aplicação de fungicidas na parte aérea das plantas de BRS Xaraés de Brachiaria brizantha em Campo Grande, onde houve alta incidência dos fungos Alternaria spp., Bipolaris spp., Curvularia spp., Fusarium spp. e Phoma spp. nas sementes, revelou o efeito benéfico do tratamento, sobretudo do T7 (trifloxistrobina + ciproconazole (150,0 + 64,0)), o qual reduziu significativamente a ocorrência de Bipolaris spp., Fusarium spp. e Phoma spp. Em Paraíso das Águas, onde a incidência dos referidos patógenos foi menor, os resultados não foram conclusivos.

ASSUNTO(S)

forrageiras doenças controle químico efeito fisiológico

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