Controle dos movimentos voluntarios bilaterais do ombro e ajustes posturais em adultos jovens e idosos saudaveis
AUTOR(ES)
Maria Auxiliadora de Oliveira Rodrigues
DATA DE PUBLICAÇÃO
2001
RESUMO
Investigou-se a estratégia utilizada por adultos jovens (média: 27,87 anos) e idosos saudáveis (média: 74,87 anos) para controlar movimentos focais de ombro e, também, a estratégia postural utilizada por estes indivíduos para reagir ao distúrbio postura! provocado pelo próprio movimento do ombro. Participaram deste estudo, oito adultos jovens e oito idosos saudáveis. Os sujeitos deveriam segurar em suas mãos uma barra de madeira, com 2 kg fixados em seu centro. Inicialmente, os sujeitos deveriam ficar de pé sobre uma plataforma de força e segurar esta barra no alto, acima de suas cabeças, a 130° de flexão bilateral dos ombros. Os sujeitos foram instruídos a desta posição inicial estender, simultaneamente os dois braços, realizando 90° de extensão "o mais rápido possível". Registrou-se a atividade eletromiográfica dos músculos Deltóide Anterior (DA), Deltóide Posterior (DP), Reto Abdominal (RA), Multifidio (M), Reto Femural (RF) e Bíceps Femural (BF). Os deslocamentos angulares do ombro, quadril, joelho e tornozelo foram reconstruídos a partir de uma análise tridimensional das marcas infravermelhas, LEDs (Light Emission Diode). Os deslocamentos do centro de pressão foram registrados por meio da plataforma de força. Os dois grupos de sujeitos modularam, do mesmo modo, a ativação dos músculos do ombro (DA e DP) e geraram quantidades similares de atividade muscular. O grau de excursão do ombro (p: 0.8) e a velocidade do movimento (p: 0.6) não apresentaram diferenças entre os grupos. Os dois grupos, também, reagiram com estratégias similares ao distúrbio postural provocado pelo movimento do ombro. Excetuando-se o músculo RA, os demais não apresentaram reações antecipatórias ao distúrbio postural. Durante a fase de aceleração do movimento, houve aumento da atividade eletromiográfica dos músculos posturais anteriores (RA eRF), caracterizando um padrão de coativação. Porém, no início da fase de desaceleração do movimento, houve uma diminuição da atividade eletromiográfica nos músculos posturais anteriores e aumento da ativação eletromiográfica dos músculos posturais posteriores (M e BF). Comparativamente, foi maior o deslocamento angular do quadril (média: 13.35°) do que o deslocamento das articulações do joelho (média: 3,16°) e tornozelo (média: 3,18°). O deslocamento das articulações e do centro de pressão ocorreu, principalmente, durante a fase de desaceleração dos membros superiores, para atingirem o alvo. Não houve, diferenças nas quantidades dos deslocamentos angulares e de deslocamento do centro de pressão entre os grupos de adultos jovens e idosos saudáveis. Neste nosso trabalho, mostramos, que idosos e adultos jovens usam estratégias similares para o controle do movimento focal de ombro. Mostramos também que os dois grupos usam estratégias similares para lidar com este distúrbio postural. Concluindo, o envelhecimento necessariamente, não implica em perda da habilidade funcional em gerar movimentos voluntários rápidos e de reagir a distúrbios provocados pelo próprio movimento. O envelhecimento não pode, por si só, explicar as várias perdas no desempenho motor de indivíduos idosos relatados na literatura
ASSUNTO(S)
envelhecimento idosos disturbio de postura
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000215039Documentos Relacionados
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