Controle do bolor verde em citros com produtos alternativos aos agroquímicos / Control of green mold in citrus with alternatives to pesticides

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

24/02/2010

RESUMO

O bolor verde, causado pelo fungo Penicillium digitatum, é uma das principais doenças na pós-colheita dos frutos cítricos. Neste trabalho foram testados os efeitos de produtos alternativos aos agroquímicos no controle do bolor verde em tangerinas Poncã e em laranjas Valência. Frutos fisiologicamente maduros foram feridos superficialmente na região equatorial com um tubo de 9 mm de diâmetro preenchido por agulhas e inoculados com uma suspensão de conídios de P. digitatum na concentração de 1x106 conídios/mL. Após a secagem ao ar, foram pulverizados até o molhamento completo com água destilada (testemunha), água destilada + 8 mL/L de tween 20, imazalil (200 mL de Magnate 500 EC/100 L de água), thiabendazole (103 mL de Tecto SC/100 L de água), tiofanato metílico (70 g de Cercobin 700 WP/100 L de água), quitosana 10 mL/L de água ou óleos essenciais de alho 10 mL/L de água, cravo-da-índia 5 mL/L de água, nim 10 mL/L de água, pimenta longa 5 mL/L de água e biomassa cítrica 10 mL/L de água. Os óleos essenciais e a quitosana foram acrescidos de 8 mL/L de tween 20. Em seguida, os frutos foram acondicionados em grupos de três em bandejas de poliestireno expandido e mantidos em câmara a 211 C e 85-90% UR por 8 (tangerina Poncã) ou 7 dias (laranja Valência). Os frutos foram analisados quanto à incidência e severidade da doença, período de incubação e período latente do fungo, perda de massa da matéria fresca e produção de CO2. No caso da tangerina Poncã, a biomassa cítrica foi capaz de reduzir a incidência em 76,3%, em comparação à testemunha, no terceiro dia, e reduzir também a severidade em 44%, no quarto dia. Para o período de incubação, com exceção dos frutos tratados com óleo de alho, observa-se formação de grupos de médias distintos entre a testemunha e aqueles tratados com produtos alternativos, indicando capacidade de atrasar o surgimento de sintomas da doença. A biomassa cítrica destacou-se, apresentando resultado semelhante ao fungicida tiofanato metílico, atrasando o período de incubação em um dia em relação à água. O mesmo foi observado para o período latente, em que os frutos tratados com produtos alternativos, exceto óleo de alho, situaram-se em um grupo distinto da testemunha. Embora os frutos de todos os tratamentos superassem a testemunha, o imazalil foi capaz de melhor preservar a turgidez dos frutos, apresentando os menores valores de perda de massa da matéria fresca no oitavo dia de avaliação (5,2%). A perda de massa e a produção de CO2 se correlacionaram positivamente com a incidência e severidade, ou seja, as maiores perdas de massa e maiores taxas respiratórias decorrem de altos valores de incidência e severidade. No caso da laranja Valência, biomassa cítrica e quitosana reduziram a incidência e severidade durante todo o período experimental. No sétimo dia após a inoculação, a incidência foi reduzida em 73,7% e 67,4% pela biomassa cítrica e quitosana, respectivamente, em comparação com a testemunha água, enquanto a severidade foi reduzida em 59,6% e 62%, respectivamente. Por outro lado, óleo de nim, óleo de pimenta longa e óleo de alho foram ineficazes em controlar o patógeno. Imazalil e tiofanato metílico controlaram totalmente a doença durante o período de avaliação. A perda de massa da matéria fresca foi crescente ao longo do tempo, porém, os frutos de todos os tratamentos apresentaram valores aceitáveis para a comercialização, situados na faixa de 3 a 5%. Quanto à produção de CO2, os fungicidas mantiveram a taxa respiratória dos frutos baixa, seguidos em ordem crescente pela quitosana e, posteriormente, pelos demais produtos. Dessa maneira, conclui-se que a biomassa cítrica tem bom potencial para controle do bolor verde em tangerina Poncã, enquanto biomassa cítrica e quitosana são capazes de controlar a doença em laranja Valência.

ASSUNTO(S)

quitosana Óleos vegetais doenças pós-colheita penicillium digitatum citrus spp. fitotecnia citrus spp. penicillium digitatum postharvest disease vegetable oil chitosan

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