Contribuição do ultra-som Doppler colorido e contraste ultra-sonografico no salvamento de membros inferiores sob isquemia critica considerada irrecuperavel

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

Devido ao envelhecimento da população, a incidência de doença arterial crônica dos membros inferiores e de amputações proximais tem sido progressivamente maior. Apesar da evolução técnica e medicamentosa, algumas situações ainda traduzem grande desafio aos cirurgiões vasculares. A ausência de leito arterial distal à arteriografia em doentes com isquemia crítica é um clássico desafio, para o qual as armas utilizadas têm sido a fibrinólise, a arteriografia intra-operatória e a exploração cirúrgica direta, com suas respectivas limitações e complicações. No sentido de minimizar riscos, permitir programação do procedimento cirúrgico prévio ao ato operatório possibilitar o salvamento de membros considerados irrecuperáveis pela ausência de leito distal à arteriografia, o autor avalia a capacidade do ultra-som Doppler colorido convencional e contrastado em identificar artérias tronculares distais nessas circuntâncias. Assim sendo, foram avaliados 20 doentes, sendo 15 do sexo masculino (75%) e cinco do sexo feminino (20%), com idade variando entre 39 e 80 anos, e idade média de 63,35 anos. Todos apresentando dor de repouso e, 16 doentes (80%), lesão trófica em evolução. Os doentes foram submetidos à arteriografia, não sendo evidenciado leito distal capaz de receber revascularização cirúrgica. Foram então submetidos à ultra-som Doppler colorido convencional e contrastado, comparando-se os dados obtidos e registrando-se as possíveis mudanças de conduta. Dessa forma, encontrou-se artéria troncular distal pérvia em 18 dos pacientes (90%), sendo indicada a revascularização cirúrgica. Obteve-se sucesso imediato em 16 doentes (80%), porém em um destes houve oclusão após sete dias, gerando sucesso até o trigésimo dia pós-operatório de 75%. Antecedentes pessoais, hábitos, estudo Doppler contínuo ou graduação da insuficiência arterial segundo as classificações pertinentes não foram fatores preditivos estatisticamente significativos. Apesar da amostra reduzida, conclui-se que a ausência de leito dista! à arteriografia não é indicativa de amputação primária, sendo o ultra-som Doppler colorido um método adequado de avaliação préoperatória de artérias distais dos membros inferiores nas citadas circunstâncias.

ASSUNTO(S)

doppler ultra-sonografia aterosclerose

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