Contribuição da imunohistoquimica cutanea na avaliação das fibras nervosas no diabete melito tipo 2

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

Foram avaliados 49 pacientes (20 homens e 29 mulheres), portadores de diabete melito (DM) tipo 2, com idade média de 56.69 ±6.44 anos e duração da doença de 0.17 a 30 anos e 18 indivíduos saudáveis (4 homens e 14 mulheres), com idade média de 54.33 ± 7.48 anos. Os objetivos do estudo foram: 1) Avaliar o valor do processamento imunohistoquímico da inervação cutânea com anticorpo policlonal anti produto do gene protéico 9.5 (PGP 9.5), como método de detecção de comprometimento das fibras finas e conseqüente diagnóstico de neuropatia em pacientes portadores de DM tipo 2,2) Determinar a possibilidade de identificação diagnóstica dos subgrupos de diabéticos, classificados previamente por métodos clínicos e neurofisiológicos, com base nos resultados do número das fibras nervosas intra-epidérmicas (FNI) imunoreativas ao PGP 9.5 (PGP-IR), 3) Verificar o modelo de envolvimento das fibras nervosas no DM tipo 2. Os pacientes foram divididos em 4 subgrupos: classe 1 (n=15), ausência de neuropatia, classe 2 (n=8), neuropatia assintomática, classe 3 (n=8), neuropatia sintomática com estudo da condução nervosa (ECN) normal e classe 4 (n=18), neuropatia sintomática com ECN anormal. No grupo de diabéticos, o ECN, as escalas de sintomas e sinais e o reflexo cutâneo simpático (RCS) estavam alterados em 26 (53.06%) pacientes, 27 (55.1%) pacientes, 38 (77.6%) pacientes e 14 (28.5%) pacientes, respectivamente. Em indivíduos normais e diabéticos, amostras de pele de 3 mm de diâmetro foram retiradas da porção distal da perna direita, 10 cm acima do maléolo lateral e processadas pelo método de imunotluorescência indireta, usando anti PGP 9.5. A densidade linear, número de fibras intraepidérmicas por milímetro de epiderme, foi o parâmetro de quantificação empregado. As fibras intra-epidérmicas PGP-IR distribuíram-se por todas as camadas vitais da epiderme, apresentando - se com uma densidade linear de 7.04 :!: 2.46 nos controles e de 1.40 ± 0.97 nos diabéticos. Os subgrupos de diabéticos apresentaram densidade linear com os valores de 2.39 ± 0.53 para a classe 1, 1.51 ± 0.49 para a classe 2, 1.36 ± 0.41 para a classe 3 e 0.54 ± 0.79 para a classe 4. A densidade das fibras PGP-IR estavam significantemente (p=0.001) reduzidas nos pacientes das classes 3 e 4, quando comparados com os da classe 1. Os resultados obtidos sugeriram que a determinação da densidade linear das FNI, permite a detecção do envolvimento das fibras nervosas finas, contribuindo para o diagnóstico da neuropatia diabética, inclusive em estágios subclínicos, nos pacientes portadores de DM tipo 2, além de possibilitar a diferenciação entre o subgrupo classe 1 dos subgrupos classe 3 e 4. Foi constatado, também, comprometimento das fibras mielínicas grossas em 26 (53.06%) pacientes e da fibras finas em 49 (100%) pacientes, estabelecendo assim dois possíveis padrões de envolvimento de fibras nervosas no DM tipo 2, comprometimento associado das fibras grossas e finas e seletivo das fibras finas.

ASSUNTO(S)

biopsia imunofluorescencia pele neuropatia

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