Contribuição ao estudo da função ventricular esquerda em pacientes tratados com antraciclinas, em remissão clinica de neoplasia na infancia, atraves do estudo eco-doppler-cardiografico

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1993

RESUMO

Sobreviventes de câncer na infância que utilizaram terapêutica com antraciclinas possuem maior incidência de anormalidade da função cardíaca. A descompensação e morte pode ocorrer vários anos após o término da quimioterapia. Tais pacientes necessitam de avaliação periódica da função cardíaca. Utilizando-se o estudo clínico e Eco-Dopplercardiográfico, avaliamos a repercussão cardíaca tardia do uso de antraciclinas em 72 indivíduos (idade média de 12 +- 5 anos) tratados de neoplasia na infância (Grupo Estudo), com intervalo de tempo entre o término da terapia oncológica e a avaliação ecocardiográfica de 5 +- 3 anos. Foram realizadas correlações com um grupo de 75 indivíduos normais (idade média de 10 +- 6 anos - Grupo Controle) e com a presença de alguns fatores de risco que possam potencializar o dano miocárdico tais como: idade por ocasião da terapia menor que 5 anos (média 2,8 +- 1 anos); intervalo de tempo pós-quimioterapia e o estudo Ecocardiográfico maior que 5 anos (média 7,4+- 2,5 anos); dose total cumulativa utilizada maior que 180 mg/m2 de SC (média 273 +- 85 mg/m2 de SC). Apesar de não se ter observado alterações cardíacas clínicas na população estudada, evidenciou-se diferenças significativas entre o Grupo Estudo e o Grupo Controle na análise de alguns parâmetros Ecocardiográficos como: Fração de Ejeção (p=0,01); Estresse Sistólico da Parede Posterior do Ventrículo Esquerdo(ECP) (p=0,001); . Percentual de Espessamento da Parede Posterior (APp%) (p=0,001); relação ECP e Velocidade de Encurtamento Circunferencial (ECPNEC) (p=0,0001). A associação entre alguns fatores que potencializam o risco de agressividade miocárdica com parâmetros Ecocardiográficos foram considerados significativas: a idade por ocasião da terapia apresentou associação significativa com o LlPp% (p=0,05); a dose total cumulativa com a relação ECPNEC (p=0,026). o intervalo de tempo pós-quimioterapia e o estudo Ecocardiográfico não se constituiu de fator de interferência em relação aos parâmetros avaliados. Os dados revelam a particularidade deste grupo quanto aos parâmetros Eco- Dopplercardiográficos de estresse sistólico de parede posterior e índice de contratilidade, principalmente quando associados a maior dose cumulativa utilizada e a idade mais precoce ao se submeter ao tratamento quimioterápico

ASSUNTO(S)

daunorrubicina cancer ecocardiografia doxorrubicina tumores em crianças quimioterapia

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